Manual de Discipulado Cristão
Bispo José Ildo Swartele de Mello
“... Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...”(2 Pe 3:18). "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17:3). “Deus, nosso Salvador, deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Tm 2:2-4). “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4:12).
Há um só Deus vivo e verdadeiro, o Criador e Conservador de todas as coisas. Na unidade Divina há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Esses três são um em eternidade, deidade e propósito; são eternos e de poder, sabedoria e bondade infinitos.
Gênesis 1:1-2; Êxodo 3:13-15; Deuteronômio 6:4; Mateus 28:19; João 1:1-3; 5:19-23; 8:58; 14:9-11; 15:26; 16:13-15; 2Coríntios 13:14.
O próprio Deus estava em Jesus Cristo para reconciliar as pessoas consigo. Concebido pelo Espírito Santo, nascido da Virgem Maria, Ele uniu a deidade de Deus com a humanidade do ser humano. Jesus de Nazaré era Deus em carne, verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano.
Ele veio para nos salvar. Por nós, o Filho de Deus sofreu, foi crucificado, morto e sepultado. Ele derramou sua vida como sacrifício sem mácula por nossos pecados e transgressões. Agradecidos, reconhecemos que ele é nosso Salvador, o único Mediador perfeito entre Deus e nós.
Mateus 1:21; 20:28; 26:27-28; Lucas 1:35; 19:10; João 1:1, 10, 14; 2Coríntios 5:18-19; Filipenses 2:5-8; Hebreus 2:17; 9:14-15.
Jesus Cristo ressuscitou vitoriosamente dos mortos. Seu corpo ressurreto tornou-se mais glorioso, sem o impedimento das limitações humanas comuns. Assim, Ele subiu ao céu, onde está assentado, como nosso Senhor exaltado, à destra de Deus Pai, intercedendo por nós até que todos os Seus inimigos sejam trazidos completamente subjugados. Ele voltará para julgar todas as pessoas. Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
Mateus 25:31-32; Lucas 24:1-7, 39; João 20:19; Atos 1:9-11; 2:24; Romanos 8:33-34; 2Coríntios 5:10; Filipenses 2:9-11; Hb 1:1-4.
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Procedendo do Pai e do Filho, é um com Eles, Divindade eterna, igual em deidade, majestade e poder. Ele é Deus atuante na Criação, na vida e na Igreja. A encarnação e o ministério de Jesus Cristo foram consumados pelo Espírito Santo. Ele continua a revelar, interpretar e glorificar o Filho.
Mateus 28:19; João 4:24; 14:16-17, 26; 15:26; 16:13-15.
O Espírito Santo é o administrador da salvação planejada pelo Pai e providenciada pela morte, ressurreição e ascensão do Filho. Ele é o agente eficaz em nossa convicção [do pecado], regeneração, santificação e glorificação. Ele é o próprio nosso Senhor sempre presente, habitando, garantindo e capacitando o crente.
João 16:7-8; Atos 15:8-9; Romanos 8:9, 14-16; 1Coríntios 3:16; 2Coríntios 3:17-18; Gálatas 4:6.
O Espírito Santo é derramado sobre a Igreja pelo Pai e pelo Filho. Ele é a vida e o poder da Igreja para testemunhar. Ele dá o amor de Deus e torna real o senhorio de Jesus Cristo no crente, para que tanto Seus dons de palavra como de serviço possam atingir o bem comum, edificar e aumentar a Igreja. Em relação ao mundo, Ele é o Espírito da verdade e o Seu instrumento é a Palavra de Deus.
Atos 5:3-4; Romanos 8:14; 1Coríntios 12:4-7; 2Pedro 1:21.
O Deus único e verdadeiro decidiu criar os seres humanos à sua imagem e semelhança, não por carência, pois é pleno de felicidade em si mesmo, mas por pura bondade, propiciando ao homem o privilégio de desfrutar de sua vida, amor e comunhão.
Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem não é somente matéria, mas um espírito tal como o seu Criador, um ser dotado de inteligência reflexiva e criativa, de liberdade para tomada de decisões, de atribuições e responsabilidades, da capacidade de governar e administrar o restante da criação, de emoções, afetos e da capacidade de amar e de se relacionar com Deus e com seu semelhante. “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres e o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!” (Sl 8:3-9).
Gênesis 1.26-27,31; 5:1; Salmos 8:3-9; 139:14; Isaías 43:7; Efésios 2:10.
O homem foi criado por Deus e para Deus (Cl 1.16), portanto, só nele é possível encontrar plena paz e realização. Em razão disso, o homem tem um anseio instintivo por Deus. O homem é um ser religioso por natureza, busca conhecer e religar-se a Deus como que tateando no escuro, pois carece de uma revelação mais específica de Deus para realmente conhece-lo de maneira adequada.
Deus, “de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos...” (At 17:24-28).
O pecado é a transgressão voluntária de uma conhecida lei de Deus. Fazendo mau uso de sua liberdade, o homem decidiu contrariar a vontade de Deus, apartando-se dele para viver à seu próprio modo.
“... Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.” (Ec 7:29). “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,” (Rm 3:23). “Porque o salário do pecado é a morte...” (Rm 6:23).
Desde então, o homem nasce contaminado com o vírus do pecado (Sl 51.5). O homem não é pecador porque peca, mas peca porque é pecador. Todos pecaram e se tornaram escravos do pecado, mortos espiritualmente, sendo incapazes de cumprir satisfatoriamente a boa e perfeita vontade de Deus. "Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" (Sl 14:3 NVI).
Portanto, o homem está perdido, e não é capaz de encontrar o caminho de casa por si mesmo, ou seja, não pode salvar-se a si mesmo, e carece do socorro de Deus. Está debaixo da maldição do pecado e da sentença de morte que ele acarreta. Depende da graça e da misericórdia divina que se manifestou em Cristo para salvação de todo aquele que crê (Is 53; Jo 3:16-18 e Tt 2:11).
O pecado rompeu com a harmonia do homem com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a criação. O relato que encontramos em Gênesis 3.16 não é prescritivo, mas descritivo dos efeitos da queda. Uma das consequências da queda se revela no texto que diz que o homem vai dominar sobre a mulher, pois este não era o propósito original de Deus, mas foi uma ruptura da relação entre o homem e a mulher provocada pelo pecado. O texto também diz que maldita seria a terra por culpa humana. Paulo aborda esta questão em Romanos 8, ao dizer que a terra foi submetida à vaidade ou frustração como consequências do pecado. O Espírito Santo atua para a libertação da Criação, visando já um novo céu e uma nova terra onde habita a justiça. Deus está promovendo uma obra de regeneração com intuito de restaurar o propósito original por meio do seu Espírito.
Quando compreendemos melhor a criação, passamos a entender também como as coisas deveriam ser. Enquanto que, entender o episódio da queda nos ajuda a discernir o porquê das coisas estarem fora de lugar e o que é que está trabalhando contra os propósitos originais de Deus. E, entender o relato da redenção nos ajuda a descobrir a cura e a restauração dos propósitos de Deus, o destino final de toda a criação e quem pode conduzir a história humana ao seu final desejável.
Gênesis 6:5; 8:21; 1 Reis 8:46; Salmos 14:1-3; 51:5; 53:1-6; Eclesiastes 7:20,29; Isaías 64:6; João 3:19-21; Romanos 1:28; 3:9-12,23; 5:12; 6:20; 7:14-25; 11:32; Gálatas 3:22; Efésios 2:1-3; Colossenses 2:13 e 1 João 1:8-10.
Como vimos, as Escrituras ensinam que por natureza os humanos são corruptos em todo aspecto de sua natureza e se afastaram para longe da retidão original. Além da depravação comum em tudo por causa da Queda, existem os efeitos escravizadores dos pecados cometidos. Somos incapazes, por nós mesmos, de irmos a Deus, mas Deus em sua graça alcança a cada pecador.
Deus toma a iniciativa de tornar os pecadores cientes das suas necessidades, usando sua Palavra, a revelação em Jesus Cristo, a proclamação do Evangelho pela Igreja, o testemunho das pessoas e as circunstâncias da vida. Por tais meios, o Espírito Santo desperta os pecadores para suas necessidades e para a verdade do Evangelho (Jo 16:8,13). Despertados, os pecadores precisam responder, rejeitando o chamado de Deus ou voltando-se para Ele em arrependimento e fé.
Ainda que todos tenham se extraviado (Sl 14:3), Deus não abandonou suas criaturas ao poder da morte, mas manifestou-se graciosamente a elas através de alianças, como as que estabeleceu com Noé e sua descendência (toda a humanidade), Abraão, Moisés e, definitivamente, a nova aliança em Cristo. Como um Bom Pastor, Ele está sempre procurando resgatar suas ovelhas perdidas. “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19:10). Deus chama todos os homens, que dele se afastaram por conta do pecado, ao arrependimento, concedendo a eles luz (Jo 1:9) e o auxílio do Espírito Santo para reconhecerem o seu pecado e rebelião contra aquele que tanto os amou, promovendo reconciliação através de Cristo, adotados como filhos para fazerem parte da família de Deus, que é a Igreja (Jo.1.12-13, 16:8; 2 Co 5:19-20; Gl 4:5 e 1 Co 12:13 ).
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,” (Tt 2:11). Deus “... deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”(1 Tm 2:4). Deus é paciente, pois não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (2 Pe 3:9). “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” (1 Jo 2:2). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16). “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor...” (Os 11:4). “... Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jr 31:3). “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (Jo 12:32).
Embora Deus ame e queira salvar a todos, nem todos são salvos, pois Deus não exerce uma atração irresistível, por desejar que o homem venha a ele de modo livre e espontâneo.
“Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23:37). “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.” (Jo 1:11 e 12). “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3:20). “... Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração...” (Hb 3:15). “… Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. (Mt 16:24). “… Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” (Ap 22:17).
Em amor, Deus providenciou graciosamente a salvação para toda a humanidade (Tt 2:11). Deus é amor (1 Jo 4:8). Jesus, o eterno Filho de Deus, foi enviado pelo Pai como uma expressão do amor de Deus para o mundo (Jo 3:16). A cruz demonstra a extensão do amor de Jesus por todos. O amor de Deus é plenamente expresso ao mundo através do ministério do Espírito Santo (Rm 5:5). Somente aqueles que respondem em arrependimento e fé podem experimentar a sua graça como uma realidade salvadora (Mc 1:15 e At 2:38).
Expiação Ilimitada: João 3:16-17; 17:21,23; Tito 2:11; Romanos 5:6,18; 2 Coríntios 5:14-15; Atos 17:30; 1 Timóteo 2:4-6; 4:10; Hebreus 2:9; 1 João 2:2; 1 João 4:14 e 2 Pedro 3:9.
Graça resistível: Jeremias 7.24; Ezequiel 24:13; Mateus 23:37; Lucas 7:30; João 5.34,40; Atos 7:51; 2 Coríntios 6:1; 2 Timóteo 3:8; Hebreus 6:7-8; Salmos 81:11; Provérbios 1.24-25; Zacarias 7:11-12 e Mateus 22:3.
O que preciso fazer para ser salvo? A salvação é realmente de graça? Tem o ditado que diz: “Quando a esmola é grande o santo desconfia.” Pois, parece bom demais pra ser verdade! Mas é de graça mesmo, pois Deus é rico demais para precisar vender a salvação e eu sou pobre demais para conseguir comprá-la!
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2:8-10).
1. A salvação se dá “pela graça”
2. A salvação se dá “mediante a fé”
3. A salvação se dá “para as boas obras”
A salvação é pela graça, pois os seres humanos nascem sob a maldição do pecado, impossibilitados de cumprirem satisfatoriamente a lei divina. Mortos em um sentido espiritual, não conseguem subsistir diante de Deus na base de seus próprios méritos. Perdidos e incapazes de encontrar a salvação em si mesmos, carecem da graça salvadora divina.
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2:1). Assim, os seres humanos alcançam a salvação apenas mediante a graça de Deus, nada realizam, apenas recebem o presente gratuito de Deus mediante a fé. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem…” (Rm 3:22).
O sacrifício de Cristo na cruz não seria necessário caso o homem pudesse salvar-se a si mesmo através da obediência a lei ou da realização de boas obras. Além disto, o homem acabaria se gabando como um campeão olímpico que mostrou talento e dedicação para a conquista.
“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tt 3:5-8).
A cruz é o único fundamento para o perdão dos pecados. Cristo pagou a penalidade do pecado, assumiu o nosso lugar.
“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus… (1 Pe 3:18). “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.” (1 Pe 2:24).
Na cruz Jesus provou o seu amor pela humanidade (Rm 5.8), o justo carregou sobre si a nossa culpa e morreu em nosso lugar para satisfazer a justiça que não pode deixar o pecado impune (1 Pe 3:18 e 1 Jo 2.1-2), para pagar o preço do nosso resgate (1 Tm.2.5-6) e para vencer o mal (Cl 2.15) a fim de que pudéssemos experimentar o perdão (Cl 1.14), a redenção (Ef 1.7), a reconciliação (Rm 5.10) para a adoção como filhos (Jo 1.12 e Gl 4.5) e uma nova vida (2 Co 5.17) pelo poder de seu Espírito (Rm 8.13). De modo que, agora, “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. (Rm 8.1).
Justificação é um termo legal que enfatiza que, através de um novo relacionamento em Jesus Cristo, as pessoas são de fato consideradas justas, sendo libertas tanto da culpa quanto da penalidade de seus pecados.
Salmo 32:1-2; Atos 10:43; Romanos 3:21-26, 28; 4:2-5; 5:8-9; 1Coríntios 6:11; Filipenses 3:9.
Regeneração é um termo biológico que ilustra que, através de um novo relacionamento em Cristo, pode-se ter, de fato, uma nova vida e uma nova natureza espiritual, capaz de crer, amar e obedecer a Cristo Jesus como Senhor. O crente é nascido de novo e é uma nova criatura. A vida antiga é passado; uma vida nova se inicia.
Ezequiel 36:26-27; João 5:24; Romanos 6:4; 2Coríntios 5:17; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10; Tito 3:4-5; 1Pedro 1:23.
Adoção é um termo filial cheio de calor, amor e aceitação. Significa que através de um novo relacionamento em Cristo, crentes se tornam Seus filhos amados, libertos do domínio do pecado e de Satanás. Os crentes têm o testemunho do Espírito de que eles são filhos de Deus.
Romanos 8:15-17; Gálatas 4:4-7; Efésios 1:5-6; 1João 3:1-3.
Santificação é aquela obra salvífica de Deus que tem início com a nova vida em Cristo e por meio da qual o Espírito Santo renova Seu povo à semelhança de Deus, transformando-os através de crises e processos, de um grau de glória para outro, e conformando-os à imagem de Cristo.
Quando os cristãos se rendem a Deus, pela fé, e morrem para si mesmos através da inteira consagração, o Espírito Santo os enche com amor que os purifica do pecado. Este relacionamento de santificação com Deus cura a mente dividida, redirecionando o coração a Deus, e capacita poderosamente os crentes a agradar e servir a Deus em seu cotidiano.
Assim, Deus liberta Seu povo para amá-Lo com todo o seu coração, alma, mente, e força, e para amar seu próximo como a si mesmo.
Cristo entregou-Se a Si mesmo “até à morte” para a purificação de sua Igreja (Ef 5:25-27; Hb 13:12). Os discípulos são chamados para serem santos (2 Co 7:1; 1 Pe 1:15-16). Na redenção, Cristo providenciou que os crentes fossem inteiramente santificados (Hb 9:13-14; 10:8-10). Consequentemente, Paulo ora “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Ts 5:23). A santificação inicia na regeneração. Ela continua durante toda a vida do crente, enquanto o crente coopera com o Espírito. Um relacionamento mais profundo com Cristo é possível quando o crente é completamente purificado no coração (Sl 51:5-13; 1 Jo 1:5-2:1).
Deus, o Espírito Santo, é o Santificador (1 Ts 4:7-8; 2 Ts 2:13; 1 Pe 1:2). Entrando na vida do cristão na conversão, Ele o enche com a sua presença incomparável quando a consagração do cristão é completa, purificando o coração e capacitando para testemunhar e servir (Jo 3:5; At 1:8; Rm 8:9; Gl 3:3). Ele derrama o incomparável amor de Deus no coração e vida do cristão (Rm 5:5; 1 Jo 4:12-13).
Ao aceitarem por fé a promessa de Deus, os crentes entram num relacionamento mais profundo com Cristo (Rm 8:14-17; 2 Co 7:1; Gl 2:20; 4:6-7). Tornam-se capazes de amar a Deus com todo seu coração, alma, força e mente, e ao seu próximo como a si mesmos (Mt 22:37-40; Gl 5:25-6:2). Eles conhecem uma plena entrega interior à vontade de Deus e suas vidas são transformadas de uma vida de conflito interno com o pecado para uma feliz obediência (Rm 12:1-2; Gl 5:16-25).
A santificação interior purifica os cristãos do pecado e os livra da autoidolatria (1 Co 3:16-17; 6:15-20; 1 Pe 3:2-3). Quando eles são purificados, não se tornam perfeitos em desempenho, mas em amor (Mt 5.43-48; Hb 6:1; 12:14; 1 Jo 4:12-13).
Levítico 20:7-8; João 14:16-17; 17:19; Atos 1:8; 2:4; 15:8-9; Romanos 5:3-5; 8:12-17; 12:1-2; 1Coríntios 6:11; 12:4-11; Gálatas 5:22-25; Efésios 4:22- 24; 1 Tessalonicenses 4:7; 5:23-24; 2 Tessalonicenses 2:13; Hebreus 10:14.
Deus chama o Seu povo para que ele seja separado para a sua vontade e propósito (Rm 6:13; 12:1). O que é assim separado, é considerado consagrado, santo.
Todos os cristãos são chamados para serem santos e irrepreensíveis diante de Deus em amor (Ef 5:27). Cristo exige que Seus discípulos O sigam com a mente e com o espírito (Rm 7:24-25). Para os cristãos darem um testemunho eficaz no mundo, eles precisam se distinguir pela justiça, paz, alegria, fé, esperança e amor (Jo 13:35; 14:15; Gl 5:22-24). Deus deseja um povo especial para a sua obra (Sl 100:2; Mt 16:24; Jo 17:17, Rm 8:6-9; 14:17). Quando os cristãos seguem sinceramente a Cristo e ouvem ao Espírito Santo conforme Ele fala nas Escrituras, eles devem sentir a necessidade de purificação do pecado interior. Devem desejar sinceramente serem cheios com o amor de Deus e terem um maior relacionamento com Cristo que satisfaça a sua mais profunda necessidade interior e os capacite a servir e a obedecer ao Senhor (At 1:8; 1 Co 13:13; 14:1; Ef 5:1-2).
Os cristãos precisam consagrar-se a Deus e submeterem suas vontades à vontade do Pai Celeste (Mt 19:21). Aquele que deseja a santificação interior precisa negar-se a si mesmo, carregar a cruz e seguir a Cristo. A devoção a si mesmo é idolatria. Um cristão que está dividido em sua lealdade não pode servir a Deus vitoriosa e constantemente. A preeminência deve ser dada a Cristo. Ele deve ser o Senhor da vida do cristão.
Portanto, para abrir-se para a obra santificadora do Espírito Santo, os crentes precisam entregar-se a Deus sem reservas, incondicionalmente. Devem livremente submeter tudo aos propósitos de Deus e devotar todo desejo e ambição ao serviço de Cristo, e não a si próprios (Cl 3:8-13). Os cristãos não podem ser libertos do domínio do pecado enquanto permitirem que o ego reine em suas vidas. Não se pode servir a dois senhores (Mt 6:24).
Os cristãos podem estar num relacionamento sempre crescente com Jesus como seu Salvador e Senhor. Mas, também é possível que eles venham a entristecer o Espírito Santo nos relacionamentos da vida, sem, contudo, voltarem ao domínio do pecado. Se fizerem isso, devem humildemente aceitar a correção do Espírito Santo, confiar na advocacia de Jesus e restaurar seus relacionamentos.
É possível que cristãos pequem deliberadamente e rompam seu relacionamento com Cristo. Mesmo assim, pelo arrependimento diante de Deus, o perdão é concedido e o relacionamento com Cristo restaurado, pois nem todo pecado é o pecado contra o Espírito Santo e imperdoável. A graça de Deus é suficiente para aqueles que verdadeiramente se arrependem e, capacitados por Deus, corrigem suas vidas. Contudo, o perdão não dá aos crentes a liberdade para pecarem e escaparem das consequências do pecado.
Deus concedeu à Igreja responsabilidade e poder para restaurar os crentes penitentes através da repreensão, conselho e aceitação, feitos em amor.
Mateus 12:31-32; 18:21-22; Romanos 6:1-2; Gálatas 6:1; 1João 1:9; 2:1-2; 5:16-17; Apocalipse 2:5; 3:19-20.
Despertadas pelo Espírito Santo para reconhecer sua condição de perdidas diante de Deus, as pessoas podem se dirigir a Ele. Como “todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Rm 3:23), todos precisam se arrepender para estabelecer um relacionamento correto com Deus (Mc 1:15 e At 2:38).
O arrependimento pede uma mudança sincera e completa de pensamento. Arrepender é virar as costas ao pecado com genuína tristeza e voltar-se para Deus em confissão e submissão. A pessoa é envolvida integralmente: mente, sentimento e vontade. O arrependimento é mais do que sentir remorso pelo mal praticado ou tristeza por ter sido flagrado no pecado. É uma tristeza pessoal por ter pecado contra Deus (2 Co 7:10). O arrependimento exige uma transformação e abandono radicais da vida de pecados para uma sincera busca a Deus (Mt 18:3).
O arrependimento sincero conduz à renovação moral, frequentemente evidenciada pela restituição – o esforço para corrigir os danos causados pela conduta pecaminosa, sempre que for possível. Atos de restituição, como no caso de Zaqueu(Lc.19.1-9), são certamente frutos dignos de arrependimento (Lc 3:8). Entretanto, nem o arrependimento, nem a restituição salvam. A salvação é pela fé em Cristo (Rm 5:1).
Confiança ou fé, é a dependência incondicional de Deus (2 Co 3:4-5; 1 Tm 4:10). Confiar inclui a plena aceitação das promessas de Deus, a completa dependência do sacrifício de Cristo para a salvação e uma aliança incondicional com a vontade de Deus. A graça e as bênçãos de Deus estão abertas àqueles que se voltam para Ele com plena confiança na sua integridade, amor e poder.
Os cristãos experimentam o cuidado amoroso de Deus e a sua direção ao confiarem nele e O seguirem (Ef 3:12). Quando eles pensam que são autossuficientes, frustram-se ao tentar fazer por si mesmos aquilo que Deus quer fazer por eles. A autossuficiência é incompatível com a perfeita confiança (1 Tm 6:17).
Deus dá certeza de salvação e paz no coração a todos que se arrependem e põem sua fé em Cristo (Rm 5:1). O Espírito Santo testifica aos seus próprios espíritos que seus pecados foram perdoados e que foram adotados na família de Deus (Rm 8:16).
Os cristãos têm paz com Deus através de Jesus Cristo porque a sua culpa é retirada e o temor do julgamento removido (Hb 6:11; 10:22). Deus continua a dar segurança aos crentes por meio das Escrituras, da presença consciente do Espírito Santo, do amor e da comunhão com outros cristãos (1Jo 3:14).
O batismo nas águas e a ceia do Senhor são os sacramentos da Igreja, ordenados por Cristo. Eles são meios de graça mediante a fé, símbolos da nossa profissão de fé cristã e sinais do ministério gracioso de Deus para conosco. Através deles, Deus opera em nós para vivificar, fortalecer e confirmar a nossa fé.
Mateus 26:26-29; 28:19; Atos 22:16; Romanos 4:11; 1Coríntios 10:16-17; 11:23-26; Gálatas 3:27.
O batismo nas águas é um sacramento da Igreja, ordenado por nosso Senhor, que significa aceitação dos benefícios da expiação de Jesus Cristo para ser ministrado aos crentes como declaração de sua fé em Jesus Cristo como Salvador.
O batismo é como o casamento, não basta viver juntos, é preciso assumir um compromisso público de amor e fidelidade. É uma aliança publica com Cristo e com o Corpo de Cristo e um compromisso de viver com uma boa consciência diante de Deus, conforme Pedro, que diz "... nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo." (1 Pedro 3:20-21 NVI).
Se fôssemos comparar a vida cristã a uma escola, o batismo corresponderia à matrícula e não ao diploma. Observamos que era costume nos tempos do Novo Testamento batizar as pessoas tão logo elas professassem sua fé em Cristo. (At 2.38-41; 8.13,36-38; 9.18; 10.48; 16.14-15,33; 19.5). Examinando o contexto de tais versículos bíblicos, responda: “Quais condições devem ser preenchidas para que alguém possa ser batizado?”
Qual a diferença entre o batismo de João Batista e o de Jesus? O Próprio João chamou à atenção para algumas diferenças: “Eu vos batizo com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). Isto nos faz lembrar de uma das frases que Jesus disse a Nicodemos: “… Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). O elemento distintivo do batismo cristão é a “Promessa do Pai” (At 2.39), é o dom do Espírito Santo que regenera e salva o homem (Tt 3.5), capacitando-o a viver a vida cristã e a ser testemunha de Cristo (At 1.8). A vida cristã é uma vida gerada pelo Espírito para ser vivida no poder deste mesmo Espírito: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também no Espírito”. É pelo Espírito Santo que somos habilitados a reconhecer e confessar que Jesus é Senhor (1 Co 12.1-3), e é também nele que os cristãos são batizados no corpo de Cristo (1 Co 12.13). “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dele” (Rm 8.9). É o Espírito Santo que testifica como o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16; Gl 4.5-6). Para o Apóstolo Paulo, as expressões “estar em Cristo” e “estar no Espírito” são sinônimas (Rm 8.1,9,10), e também não vê nenhum problema em denominar o Espírito Santo de “Espírito de Deus” e de “Espírito de Cristo”, isto no mesmo versículo (Rm 8.9). Sua concepção da trindade é bem desenvolvida. Não se pode separar Cristo do Espírito Santo. Quem recebe a Jesus, recebe o Espírito Santo, bem como o Pai.
O batismo cristão é feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). A Bíblia ensina que os cristãos são templos do Espírito Santo (1 Co 6.19). Jesus prometeu que os cristãos não ficariam órfãos (Jo 14.18). Ele disse que estaria sempre conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Jesus afirmou que o Pai e Ele viriam e fariam morada nos cristãos (Jo 14.23). Jesus cumpre a sua promessa enviando o Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre conosco” (Jo 14.16). “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes”. (Gálatas 3:27).
As últimas palavras de Jesus antes de subir aos céus foram: “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os e ensinando-os a obedecer o que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20). Vemos aí que o discipulado se dá através de um processo que começa com o batismo e vai se consolidando através da instrução. A instrução jamais cessa. Devemos continuar sempre crescendo na graça e no conhecimento de Deus (2 Pe 3.18).
João 3:5; Atos 2:38, 41; 8:12-17; 9:18; 16:33; 18:8; 19:5; 1Coríntios 12:13; Gálatas 3:27-29; Colossenses 2:11-12; Tito 3:5.
O batismo é um símbolo da nova aliança da graça como a circuncisão era o símbolo da velha aliança; e, como até crianças pequenas estão reconhecidamente incluídas na redenção, elas podem ser batizadas a pedido dos pais ou responsáveis, os quais deverão garantir conceder a elas o treinamento cristão necessário. Chegará o tempo em que elas deverão fazer por si mesmas uma confissão de fé antes de serem recebidas na membresia plena da Igreja.
Em Colossenses 2.11-12, Paulo faz uma associação entre o batismo e a circuncisão, chamando o batismo cristão de a circuncisão de Cristo. Quando Abraão recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé (Rm 4.11), é ordenado a aplicá-lo a todos os membros do sexo masculino da sua família como um sinal da salvação que possuem por pertencerem ao povo de Deus (Gn. 17:11).
No Mar Vermelho, todo o Israel, incluindo crianças, passa pelas águas no grande ato de redenção que prefigura o batismo (1 Co 10.1-2). Moisés aspergiu sangue sobre todo o povo, incluindo crianças (Hb 9.19). As crianças certamente foram incluídas nos batismos de famílias inteiras em Atos (16.15; 16.32, 33; 18.8).
Cristo acolhe e abençoa os pequeninos (Mt 19.13-14) e fica zangado quando seus discípulos tentam afastar as crianças de Cristo (Mc 10.14). Jesus descreveu a condição espiritual especial destes pequeninos (Mt 18:10).
Na primeira pregação da Igreja, Pedro diz que a promessa do Espírito é para os filhos também e não apenas para os adultos (At 2.38,39). E Paulo diz que os filhos de um casal, onde pelo menos um dos pais é crente, são “santos”, o que certamente significa que pertencem ao povo da aliança, tendo direito ao sinal desta aliança (1 Co 7.14).
As crianças eram incluídas na antiga aliança, eram circuncidadas e participavam da Páscoa, que eram os sinais daquela aliança, por que razão as crianças deveriam ser impedidas de participar dos sinais da nova aliança? A nova aliança não é superior a antiga?
Textos que mencionam arrependimento e fé como condição para o batismo foram dirigidos a primeira geração de convertidos. As crianças de Israel também não poderiam se arrepender e ter fé nas promessas, que eram condições para a salvação também nos tempos do Antigo Testamento, mas mesmo assim eram circuncidadas e consideradas membros do povo de Deus.
No judaísmo, os homens eram recebidos pelo batismo e circuncisão; as mulheres pelo batismo apenas. Consequentemente, os apóstolos, exceto se Nosso Senhor proibisse expressamente, agiam de igual modo batizando todos, inclusive crianças, pois este era costume judeu.
O batismo infantil era praticado nos tempos da igreja primitiva, atestado já em Justino Mártir (130 d.C. -Apol.I.15), Irineu (180), Orígenes (230), que alegavam estarem seguindo o exemplo dos Apóstolos que também batizavam crianças (Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã, v. 1, p. 157).
Existe muita controvérsia em relação a forma de batismo. Muitos apregoam que o batismo só é válido se for feito por imersão, questionando, assim, o valor do batismo daqueles que foram batizados por aspersão ou efusão. Fazem um verdadeiro cavalo de batalha sobre uma questão secundária, pois se o método fosse fundamental, certamente, haveria prescrições claras nas escrituras a este respeito.
Os rituais de purificação e os batismos judaicos eram todos realizados por aspersão, além disto, é bem sabido que a prática do batismo cristão por efusão ou aspersão era algo bem comum já no primeiro século da Igreja (Didaqué,VII -- Tradução, introdução e notas: Pe. Ivo Storniolo-Euclides Martins Balancin, Ed. Paulus, São Paulo, 1989, p. 19).
O autor de Hebreus claramente ensina que o método da aspersão usado por Moisés para a purificação do povo hebreu era um tipo ou cópia da purificação perfeita que hoje encontramos em Cristo (Hb 9.19-28).
Visto que o batismo é o ritual de iniciação cristã que aponta para o lavar regenerador e purificador do Espírito Santo que Deus derramou sobre nós abundantemente por meio de Jesus, nosso Salvador (Tito 3.5-6), e cientes de que o batismo de Cristo é com o Espírito Santo e com fogo, então, precisamos reconhecer que o método de batismo por aspersão ou efusão seria o que melhor expressa o batismo com o Espírito Santo, que é constantemente descrito como sendo derramado: “derramarei do meu Espírito sobre toda carne” (Joel 2.28), “o Espírito Santo veio sobre vós” (At 1:5), e “até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto” (Is 32:15).
Em Ezequiel 36.25-27, Deus promete aspergir água pura para purificar seu povo, promete também dar a eles um novo coração e também promete conceder-lhes o seu Espírito. Sendo assim, o batismo está sendo prefigurado pelo ato do próprio Deus que está aspergindo água pura visando promover purificação e nova vida. O mesmo podemos ver em Isaías 44:1-6.
Paulo, em 1 Coríntios 10.2, Paulo diz que os pais foram batizados na nuvem e no mar. Sabemos que os hebreus da época de Moisés não foram mergulhados na nuvem, pelo contrário, o versículo um, claramente afirma que eles estavam sob a nuvem, de modo que as águas da nuvem eram derramadas sobre eles. E também sabemos que não foram mergulhados no Mar Vermelho, pois atravessaram o mar com os pés enxutos, apenas o exército egípcio que os perseguia é que foi submerso!
O sangue do Cordeiro de Deus que foi derramado em nosso favor (Lc 22:20) é, figuradamente, aplicado a nós através do método da aspersão: “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1:2). “Sendo assim, aproxime-mo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e tendo os nossos corpos lavados com água pura” (Hb 10.22).
Portanto, não é errado batizar por aspersão ou efusão, como também não há erro no batismo por imersão, pois não é a quantidade de água e nem a forma de sua aplicação que torna o batismo mais ou menos eficaz, por ser ele um sinal exterior do lavar regenerador do Espírito. “Importa-vos nascer de novo!” (Jo 3.7).
A ceia do Senhor é um sacramento de nossa redenção através da morte de Cristo. Para aqueles que recebem corretamente, dignamente e com fé, o pão que partimos, é como participar do corpo de Cristo e, igualmente, o cálice da bênção é como participar do sangue de Cristo. A Ceia é também um sinal do amor e da unidade que os cristãos têm entre si.
Cristo, conforme sua promessa, está realmente presente no sacramento. Mas o seu corpo é oferecido, recebido e comido tão somente de maneira celestial e espiritual. Nenhuma mudança se efetua nos elementos; o pão e o vinho não são literalmente o corpo e o sangue de Cristo. Nem estão o corpo e o sangue de Cristo literalmente presentes com os elementos. Os elementos nunca devem ser considerados objetos de veneração. O corpo de Cristo é recebido e comido por fé.
Marcos 14:22-24; João 6:53-58; Atos 2:46; 1Coríntios 5:7-8; 10:16; 11:20,23-29.
Uma vida nova e um relacionamento correto com Deus tornam-se possíveis através dos atos redentivos de Deus em Jesus Cristo. Deus, pelo seu Espírito, age para conceder-nos vida nova e colocar-nos num relacionamento com ele, à medida que nos arrependemos e a nossa fé reage positivamente à sua graça. Justificação, regeneração, adoção, santificação e restauração falam significativamente sobre a entrada e continuidade nessa nova vida.
A vida cristã pode ser conscientemente experimentada porque ela é um relacionamento interpessoal entre o Deus pessoal e os seres humanos criados à sua semelhança.
Aqueles que são justificados pela fé experimentam a paz de Deus (Rm 5:1). Não meramente um sentimento subjetivo de paz de espírito, mas, sobretudo uma posição objetiva, um novo relacionamento com Deus, pois antes éramos seus inimigos, mas agora somo seus amigos (Rm.5.10;Ef.2.16) “Nota NVI”. Quando o seu Espírito vem ao coração, há alegria (Rm 14:17). A presença interior do Espírito Santo é a garantia de nosso relacionamento com Deus como seus filhos queridos (2 Co 5:5).
João 1:12-13; 3:3-8; Atos 13:38-39; Romanos 8:15-17; Efésios 2:8-9; Colossenses 3:9-10.
O caráter cristão começa com a vida no Espírito e é mantido pelas disciplinas espirituais da vida cristã.
Os cristãos têm um novo relacionamento com Deus e uma nova vida em Cristo pelo poder do Espírito Santo. Nos novos crentes, a alegria dessa nova vida em Cristo pode por um tempo obscurecer a necessidade do crescimento em Cristo. Depois de algum tempo, pessoas cristãs podem se tornar complacentes consigo mesmas. Por isso, todo cristão precisa escolher entre crescimento e declínio.
Essa seção descreve algumas das disciplinas espirituais que são essenciais aos cristãos. Através do exercício destas e de outras disciplinas espirituais, os cristãos em crescimento se tornarão cada vez mais sensíveis ao bem e ao mal, aprendendo a sempre distinguir entre eles. O Espírito Santo os guiará em harmonia com as Escrituras. Cristãos em crescimento aprendem a estar atentos às instruções do Espírito e assim podem resistir à tentação e responder ao chamado de Deus para uma vida superior.
O crescimento em Cristo exige a responsabilidade de amar os outros, pois todos são amados por Deus e criados à sua imagem. A qualidade dos relacionamentos do cristão com os outros afeta a qualidade de sua própria vida. O crescimento em Cristo exige prontidão para corrigir o relacionamento tanto com Deus como com os outros (Tg 5:16). Os Dez Mandamentos, resumidos em dois mandamentos por Jesus (Lc 10:25-28), ensinam a natureza de nossos relacionamentos com Deus e com os outros. Os cristãos expressarão seu amor tanto pelas boas obras como pelas palavras pessoais de testemunho, apontando Cristo como a encarnação do amor de Deus e como o Salvador do mundo.
Um dos sinais da presença interior do Espírito é o domínio próprio (Gl 5:23). As Escrituras nos instruem a honrar o corpo como templo do Espírito Santo (1 Co 6:19-20).
Como cristãos, desejamos ser caracterizados pelo equilíbrio e pela moderação. Procuramos evitar padrões extremos de conduta. Também procuramos manter-nos livres de vícios e compulsões.
Os cristãos devem se caracterizar por um estilo de vida disciplinado, e por isso nós nos esforçamos por evitar a tolerância a atitude egoísta aos prazeres deste mundo. Nosso desejo é a vida simples, em serviço aos outros, a prática da boa mordomia da saúde, do tempo e de outros recursos dados por Deus.
Nós nos comprometemos a ajudar todo cristão a atingir tal vida disciplinada. Embora hábitos não saudáveis não sejam fáceis de serem quebrados, os crentes não precisam viver nesta escravidão. Encontramos ajuda através das escrituras, do Espírito Santo, da oração e do aconselhamento e apoio de outros cristãos.
Embora como cristãos acumulemos bens, não devemos fazer das propriedades ou da prosperidade o alvo de nossas vidas (Mt 6:19-20; Lc 12:16-21). Antes, como mordomos, somos pessoas que doam generosamente para satisfazer as necessidades de outros e para sustentar nossa missão como Igreja (2 Co 8:1-5; 9:6-13).
O jogo de azar é contrário à fé no Deus que dirige todas as coisas do seu mundo, não pelo acaso, mas pelo seu cuidado providencial. Ao jogo de azar falta tanto a dignidade de um salário merecido quanto a honra de um presente. Ele toma recursos do bolso do próximo sem uma paga justa. Ele provoca a ganância e por isso destrói a iniciativa de um trabalho honesto e frequentemente resulta em vício. O patrocínio governamental de loterias somente agrava o problema. Por causa dos males que ele promove, nos abstemos do jogo de azar em todas as suas formas por questão de consciência e como um testemunho da fé que temos em Cristo.
Enquanto os costumes e os padrões da comunidade mudam, há princípios bíblicos imutáveis que nos governam como cristãos em nossas atitudes e conduta. Tudo que compramos, usamos ou vestimos reflete o nosso compromisso com Cristo e nosso testemunho no mundo (1 Co 10:31-33). Por isso, evitamos a extravagância e aplicamos os princípios de simplicidade de vida quando fazemos escolhas sobre a imagem que projetamos por nossas posses.
A oração é um meio indispensável de crescimento à semelhança de Cristo. Na oração o cristão fala e escuta, confessa e adora, pede e agradece. A oração deve ser como uma conversa, evitando frases e entoações artificiais. A oração sincera muda o suplicante e, frequentemente, as circunstâncias (Tg 5:16). A Bíblia ensina que as orações individuais e em grupo são eficazes para aqueles que estão em Cristo. A oração nos leva além de nós mesmos e enfatiza a nossa dependência de Deus. A oração e o estudo da Bíblia devem ser habituais, sem se transformarem em meros rituais (Sl 10:5, 119:11).
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mt 6:9-13)
"Pai nosso que estás no céu", aprendemos aqui que nossas orações devem ser dirigidas diretamente a Deus, reconhecendo sua posição suprema em poder, sabedoria e glória, o que nos remete a necessidade de, humildemente, reconhecermos nossa finitude diante do Eterno, nossa fraqueza diante do Todo-poderoso, nossa baixeza diante do Altíssimo, nossa imperfeição diante do Santíssimo, nossa dependência diante do Criador e Provedor de toda natureza. E é maravilhoso que Jesus nos ensine a chamar a Deus de Pai! Pois, naquele tempo, isto era algo fora de série. Um conceito revolucionário. Assim, Jesus nos revela o íntimo grau de relacionamento que podemos e devemos ter com o Ser mais poderoso do universo, cujo trono está no céu e que faz da terra, o estrado dos seus pés (Is 66.1, ver também Jo 1.12).
"Santificado seja o teu nome", Jesus nos ensina que orar implica no reconhecimento de sua majestade numa atitude de adoração. Jesus está lembrando o mandamento que diz que não devemos usar o nome de Deus em vão, pois é santo e deve ser honrado como tal. A intimidade de chamar a Deus de Pai não deve nos levar a uma atitude irreverente em relação ao seu santo nome. Muitos cristãos, infelizmente, de modo descuidado e desrespeitoso, invocam a Deus a torto e a direito em expressões triviais em jargões e cacoetes.
"Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu"; E ainda tem gente que pensa que orar significa tentar mudar a vontade de Deus! Orar não é tentar fazer com que Deus se curve a nossa vontade. Jesus não nos ensina a orar dizendo: "Seja feita a minha vontade". Não é o nosso reino que devemos buscar, mas o de Deus (Mt 6.33). Orar não é exigir e nem é reivindicar coisas, tratando a Deus como se ele fosse o serviçal gênio da lâmpada de Aladim. Pois, só exige e reivindica quem entende que está sendo lesado na sua condição de direito e só tem o dever de atender a reivindicação aquele que está em débito. Nem nós temos direito diante de Deus e nem ele está em débito conosco. Os que ensinam a exigir de Deus também ensinam que "orar segundo a vontade Deus" seria um ato de fraqueza de fé que anularia a oração. No entanto, o próprio Senhor Jesus, no Getsêmani, orou assim: "Pai, se possível, passa de mim este cálice; mas não seja feita a minha vontade, mas a tua" (Lc 22.42).
E o apóstolo João afirma: "esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segunda a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo 5.12-14). Portanto, não temos garantia de respostas às orações que não estejam de acordo com a vontade de Deus.
Jesus deixou claro que existem condições a serem satisfeitas: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" (Jo 15.7). E o apóstolo Paulo diz que "não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis... porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos" (Rm 8.26,27). Devemos confiar que Deus sabe o que é melhor para nós (Pv 16.25; Rm 8.28). O apóstolo Paulo orou 3 vezes para ser curado de uma enfermidade que ele denominou de seu "espinho na carne", mas, em vez da cura, recebeu a revelação do Senhor de que aquela enfermidade visava à um bem maior, a saber, a manutenção de sua humildade (2 Co 12.7-10). Sabemos também que Jesus não atendeu a oração de Marta e Maria que pediram que Jesus viesse logo para curar a seu irmão que estava muito enfermo (Jo 11.3). Jesus, propositalmente, demora-se dois dias no lugar onde estava (Jo 11.6), chegando a casa delas apenas 4 dias após a morte de Lázaro, pois ele tinha um plano diferente a realizar!
"O pão nosso de cada dia nos dá hoje"; Repare que é o pão, e não o iate nosso de cada dia nos dá hoje! O pão e não o carro importado! O apóstolo Tiago é categórico a respeito deste assunto, quando diz: "pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjar em vossos prazeres" (Tg 4.3). "Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo" (1 Jo 2.15). Existe sempre o risco de amarmos mais ao mundo e as riquezas do que a Deus. Não podemos usar a Deus como um meio para realizarmos nossos sonhos e ambições materialistas. Pedimos o pão, pedimos o necessário para hoje, sem ansiedades em relação ao amanhã, pois confiamos nossa vida inteira nas mãos do Bom Pastor que sabe muito bem cuidar de suas ovelhas guiando-as às águas tranquilas e aos pastos verdejantes (Sl 23; Mt 6.24-34; Jo 10 e Fl 4.19).
"E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores"; Outro princípio elementar da boa oração é a confissão de pecados. Precisamos reconhecer que somos pecadores e que não podemos subsistir diante de Deus baseados em nossa própria justiça. Nossas obras de justiça são como trapo imundo aos olhos do Deus totalmente Santo. Mas, "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1:9). Mas o que busca o perdão deve também estar disposto a perdoar.
Uma vez, um irmão na fé, me fez uma pergunta estranha. Ele queria saber se eu orava toda a oração do "Pai Nosso". Eu disse que sim. Então, meu amigo finalmente abriu o jogo, quando perguntou: "Mas, mesmo aquele trecho que diz: assim como nós perdoamos aos nossos devedores'? Assim como este meu amigo, tem muitos cristãos com sérias dificuldades diante deste trecho da oração. Mas é óbvio que deixar de orar este trecho não muda o fato de que o Senhor espera que o perdão recebido se transforme em perdão repartido, pois se não... Lembremos do ensino da parábola do credor incompassivo que tendo recebido perdão de sua imensa dívida, na sequência, não perdoou aquele lhe devia bem menos, e, no final das contas, acabou sendo questionado por este ato contraditório, vindo a ter o seu perdão cancelado, pois foi tratado do mesmo modo incompassivo com que tratou ao que lhe devia (Mt 18.23-35). Como bem ensinou Jesus no Sermão do Monte: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia" (Mt 5.7) e "...perdoai e sereis perdoados... porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também" (Lc 6.37,38). "Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo"(Tg 2.13).
"Não nos deixes cair em tentação"; Jesus nos ensina a orar buscando uma vida de santificação. A dádiva do perdão dos pecados não deve nos servir de incentivo a prática do pecado. A mulher adúltera recebeu o perdão de Cristo, mas também ouviu: "Agora vá e não peques mais". Como Paulo bem ensinou: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? ... considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus... Porque o pecado não terá domínio sobre vós... e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça... Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna" (Rm 6). Neste sentido, o apóstolo Paulo ainda ensina aos crentes dizendo-lhes: "não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Co 10.13).
"Mas livra-nos do mal"; Ser livre do mal significa ser livre de cair em tentação, ou seja, escapar das ciladas de Satanás e da corrupção e concupiscência que há no mundo (2 Pe 1.4), mundo este que jaz no Maligno (1 Jo 5.19) e que batalha para separar o homem de Deus. O mal aqui é de caráter espiritual e significa aquilo que é maligno, uma referência ao príncipe deste mundo (Jo 14:30 e 16:11). Jesus mesmo orou pedindo ao Pai que seus seguidores não fossem tirados do mundo, mas que fossem livres do mal. (Jo 17: 15). Ainda que estejamos no mundo, sujeitos a aflições (Jo 16.33; At 14.22), o Maligno não nos deve tocar (1 Jo 5:18). Devemos orar por proteção para que os intentos de Satanás sejam frustrados e não nos atinjam. Jesus venceu o mundo maligno (Jo 16:33) e nós também, mesmo em meio as tribulações, somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8:37).
"Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém"; A oração deve incluir o indispensável elemento da adoração. Aliás, a oração deve ser regada de adoração. Esta oração começa santificando o nome de Deus e termina com declarações de exaltação ao seu senhorio supremo. Fomos criados para a glória de Deus e devemos fazer todas as coisas para a sua glória (1 Co 10:31). "Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.13)!
Por conta dos danosos efeitos do pecado, o homem deturpa o conhecimento de Deus manifesto na criação. Resultado: idolatria, animismo e politeísmo, entre outras distorções:
“porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Rm 1:19-23).
Deus estimula os homens a busca-lo e os ajuda a encontra-lo. Ele tanto estimula o querer como capacita o homem a executar sua vontade (Fp 2.13), pois sem seu auxílio, os homens nada podem fazer (Jo 15.5).
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte...” (Jr 29:13-14). “... alegre-se o coração dos que buscam o Senhor.” (Sl 105:3).
Em socorro ao homem, Deus, “que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu” (1 Tm 6:16), decidiu se revelar de maneira mais específica através de Abraão e sua descendência, um descendente, em especial, Jesus Cristo!
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser...” (Hb 1:1-3). “... a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai... Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (Jo 1:9, 14 e 18).
Jesus é a revelação perfeita, plena e definitiva de Deus. Portanto, devemos rejeitar toda e qualquer revelação que pretenda corrigir ou ir além da revelação de Deus em Cristo Jesus.
A Bíblia é a palavra de Deus escrita, inspirada de forma singular pelo Espírito Santo. Ela dá testemunho sem erros sobre Jesus Cristo, a Palavra Viva. Como atestado pela Igreja primitiva e pelos Concílios subsequentes, ela é o registro confiável da revelação de Deus, completamente verdadeira em tudo o que afirma. Ela tem sido fielmente preservada e demonstra-se verdadeira na experiência humana.
As escrituras chegaram a nós através de autores humanos que escreveram, movidos por Deus, nas línguas e formas literárias de seus tempos. Deus continua, pela iluminação do Espírito Santo, a falar através desta Palavra, para cada geração e cultura.
A Bíblia tem autoridade sobre toda a vida humana. Ela ensina a verdade sobre Deus, sua criação, seu povo, seu único Filho e o destino da humanidade. Ela também ensina o caminho da salvação e a vida de fé. Tudo o que não se encontra na Bíblia, nem pode ser provado por ela, não pode ser exigido como artigo de fé ou como necessário para a salvação.
Deuteronômio 4:2; 28:9; Salmo 19:7-11; João 14:26; 17:17; Romanos 15:4; 2 Timóteo 3:14-17; Hebreus 4:12; Tiago 1:21.
O Antigo Testamento não é contrário ao Novo. Ambos os Testamentos carregam o testemunho da salvação de Deus em Cristo; ambos falam da vontade de Deus para o Seu povo. As antigas leis cerimoniais e rituais e os preceitos civis para a nação de Israel não são necessariamente obrigatórios aos cristãos de hoje. Mas, conforme o exemplo de Jesus, somos obrigados a obedecer aos mandamentos morais do Antigo Testamento.
Mateus 5:17-18; Lucas 10:25-28; João 5:39,46-47; Atos 10:43; Gálatas 5:3-4; 1Pedro 1:10-12.
O Novo Testamento cumpre e interpreta o Antigo Testamento. É o registro da revelação de Deus em Jesus Cristo e no Espírito Santo. É a palavra final de Deus a respeito do ser humano, do pecado, da salvação, do mundo e seu destino.
Mateus 24:35; Marcos 8:38; João 14:24; Hebreus 2:1-4; 2 Pedro 1:16-21; 1 João 2:2-6; Apocalipse 21:5; 22:19.
A Bíblia é a nossa fonte para descobrir como podemos crescer. A Bíblia é o “manual de crescimento” do cristão. Ela deve ser tomada seriamente como a autoridade final para nossas vidas; portanto, deve ser lida e diligentemente estudada para ser entendida. Deus falará aos cristãos em crescimento através das suas páginas se eles estiverem atentos. O valor e o significado da vida são encontrados nesse livro. O piedoso estudo e aplicação da Bíblia são um meio de purificação e de mudança de atitudes e conduta.
“A palavra de Deus é viva e eficaz!” (Hb 4.12).
A palavra de Deus cria a vida. Tudo o que existe foi criado por meio da palavra de Deus. Antes de cada etapa da criação temos a expressão “Disse Deus” (Gn 1). “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca” (Sl 33.6).
A palavra de Deus renova a vida. A vida surge da palavra e também é renovada a partir da mesma palavra de Deus. “Vivifica-me segundo a tua Palavra!” (Sl 119.25). Os avivamentos genuínos são produtos de um retorno às Escrituras Sagradas.
A palavra de Deus comunica o Espírito Santo. O Espírito Santo é o Espírito da palavra de Deus: “recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gl 3.2). “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13).
A palavra de Deus é a espada do Espírito: “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17).
A palavra de Deus produz plenitude do Espírito. Para o apóstolo Paulo, plenitude do Espírito é sinônimo de plenitude da palavra. Em textos paralelos, ele substitui a expressão “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18) pela que diz: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente” (Cl 3.16). Reparar que o restante do contexto permanece basicamente o mesmo em ambos os textos.
A palavra de Deus transmite fé. A fé também vem pela Palavra. “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). “A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos” (Rm 10.8).
A palavra de Deus salva: “recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas” (Tg 1.21). “E que desde a tua meninice sabes as sagradas escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15). “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16). O Diabo sabe do poder salvador da palavra, de modo que vive procurando tirá-la do coração humano: “E os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois vem o Diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que não se salvem, crendo” (Lc 8.12).
A palavra de Deus regenera: “ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tg 1.18); e “sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1 Pe 1.23).
A palavra de Deus santifica: “vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3); e “Para santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Ef 5.26).
A palavra de Deus é libertadora: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).
A palavra de Deus produz avivamentos: Os avivamentos registrados na Bíblia se deram a partir da palavra de Deus: A fé de Elias foi avivada pelo cumprimento em seus dias (1 Rs 16.34) de uma palavra Bíblica registrada em Josué 6.26. É meditando nas escrituras que ele encontra discernimento e coragem para se apresentar diante do Rei Acabe para dizer: “tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos” (1 Rs 17.1). A confiança de Elias está pautada nas Escrituras de Deuteronômio 11.16-17. Elias orou com instância para que não chovesse (Tg 5.17), pois, de acordo com a profecia de Moises, a idolatria promovida por Acabe não poderia ficar impune (Dt 11.16-17). A oração de Elias foi a do tipo “Faze Senhor como prometeste!”(2 Sm 7.25). Vemos, portanto, que o segredo da imensa fé e do ministério profético de Elias residem em sua confiança na palavra de Deus. Nos dias do Rei Josias houve um grande avivamento espiritual cujo estopim foi o achado das escrituras sagradas (2 Cr 34.14). E o avivamento nos dias de Esdras e Neemias se deu ao redor da palavra que era lida e explicada todas as manhãs, produzindo arrependimento e despertamento espiritual (Ne 8–9). A Reforma Protestante também aconteceu através de uma redescoberta da verdade do Evangelho. Foi através da leitura das escrituras que o padre Lutero teve os seus olhos abertos para o fato da salvação ser ministrada gratuitamente através da fé, o que contrariava a prática católica de cobrar para conceder o perdão dos pecados. Lutero traduziu as escrituras para a língua do seu povo. A palavra de Deus produziu uma grande revolução mundial! O grande avivamento wesleyano que impactou a Inglaterra e pôs fim a escravidão teve seu início com Wesley que estava escutando uma exposição de um trecho de Romanos quando sentiu o seu coração estranhamente aquecido! Wesley disse: “Eu sou homem de um livro só”!
“Vivifica-me segundo a tua palavra!” (Sl 119.25).
O reino de Deus é um tema bíblico central que dá aos cristãos tanto a sua missão como a sua esperança. Jesus anunciou a presença do reino. O reino é percebido agora à medida que o reinado de Deus é estabelecido nos corações e nas vidas dos crentes.
A Igreja, através das orações, exemplo e proclamação do evangelho, é o instrumento de Deus apropriado e autorizado na edificação de seu reino.
Mas o reino também é futuro e está relacionado com a volta de Cristo, quando o juízo final virá sobre a presente ordem. Os inimigos de Cristo serão subjugados; o reinado de Deus será estabelecido; uma renovação cósmica total, tanto material quanto moral deverá ocorrer e a esperança dos redimidos será plenamente realizada.
Mateus 6:10,19-20; 24:14; Atos 1:8; Romanos 8:19-23; 1Coríntios 15:20-25; Filipenses 2:9-10; 1 Tessalonicenses 4:15-17; 2 Tessalonicenses 1:5-12; 2 Pedro 3:3-10; Apocalipse 14:6; 21:3-8; 22:1-5,17.
A volta de Cristo é certa e pode acontecer a qualquer momento, embora não nos seja dado saber a hora exata. Na sua volta, Ele cumprirá todas as profecias a respeito de seu triunfo final sobre todo o mal. A resposta do crente é uma alegre expectativa, vigilância, prontidão e dedicação.
Mateus 24:1-51; 26:64; Marcos 13:26-27; Lucas 17:26-37; João 14:1-3; Atos 1:9-11; 1 Tessalonicenses 4:13-18; Tito 2:11-14; Hebreus 9:27-28; Apocalipse 1:7; 19:11-16; 22:6-7, 12, 20.
Haverá uma ressurreição corporal dentre os mortos, tanto dos justos como dos injustos; os que tiverem feito o bem para a ressurreição da vida e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição da condenação. O corpo ressurreto será um corpo espiritual, mas a pessoa será íntegra e identificável. A ressurreição de Cristo é a garantia da ressurreição para a vida daqueles que estão nele.
João 5:28-29; 1 Coríntios 15:20, 51-57; 2 Coríntios 4:13-14.
Deus já fixou o dia em que Ele irá julgar o mundo em justiça, de acordo com o evangelho e as nossas ações nesta vida.
Mateus 25:31-46; Lucas 11:31-32; Atos 10:42; 17:31; Romanos 2:15-16; 14:10-11; 2 Coríntios 5:6-10; Hebreus 9:27-28; 10:26-31; 2 Pedro 3:7.
Nosso destino eterno é determinado pela graça de Deus e nossa resposta a ela, não por decretos arbitrários de Deus. Para os que confiam nele e obedientemente seguem a Jesus como Salvador e Senhor, haverá um céu de glória eterna e a felicidade da presença de Cristo. Mas para o impenitente até o fim, haverá um inferno de sofrimento eterno e de separação de Deus.
Marcos 9:42-48; João 14:3; Hebreus 2:1-3; Apocalipse 20:11-15; 21:22-27.
A Igreja foi criada por Deus. É o povo de Deus. Cristo Jesus é o seu Senhor e Cabeça. O Espírito Santo é a sua vida e poder. Ela é tanto divina como humana, tanto celeste como terrestre, tanto ideal como imperfeita. Ela é um organismo, não uma instituição imutável. Ela existe para cumprir os propósitos de Deus em Cristo. Ela ministra redentoramente às pessoas. Cristo amou a Igreja e deu-se a si mesmo por ela para que pudesse ser santa e sem mácula. A Igreja é a comunidade dos remidos e dos em remissão, pregando a palavra de Deus e ministrando os sacramentos conforme a instrução de Cristo. A Igreja Metodista Livre tem como alvo representar o que a Igreja de Jesus Cristo deve ser na Terra. Portanto, ela exige compromissos específicos em relação à fé e à vida de seus membros. Nas suas exigências, ela procura honrar a Cristo e obedecer à palavra escrita de Deus.
Está claro nas escrituras que a Igreja é de Deus e para as pessoas. Ela é criação de Deus. Cristo é sua cabeça. A Igreja é o povo de Deus escolhido para uma firme parceria na realização da sua vontade na Terra. Mais de oitenta símbolos, figuras relacionadas com a Igreja, aparecem no Novo Testamento. Cada uma dessas figuras retrata uma realidade mais profunda do que a simples figura em si. O conjunto dessas figuras esclarece a natureza e a missão da Igreja. O apóstolo Paulo fala da Igreja como “corpo”, “edifício” e “noiva”.
O símbolo mais abrangente e talvez mais significativo é o de “Corpo de Cristo”. Os redimidos são chamados de “membros do corpo”. Qual é a profunda verdade que as várias figuras de linguagem comunicam? Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – escolhe um povo redimido numa parceria para compartilhar suas atividades e realizar os seus propósitos. A Igreja é o instrumento orgânico e a agência escolhida por Deus para restaurar as pessoas e a sociedade. Ela tem uma missão de amor santo e existe para reproduzir a semelhança de Cristo em todas as pessoas e instituições. Assim, nossa missão pode ser descrita como uma participação com Deus em derramar a santidade e o amor sobre os pecados, sofrimentos e necessidades de todas as pessoas. Essa descrição da nossa missão se aplica tanto ao individual como ao social. Ela aponta para um relacionamento de todas as pessoas com Deus e de uma com a outra, descrito nas escrituras como “o reino de Deus”.
Os símbolos do Novo Testamento têm o seu auge na maior de todas as figuras: a Encarnação, Deus feito carne. A Igreja, iluminada pela Encarnação, continua o ensino e o ministério do seu Senhor na Terra. Quando a Igreja atua sob o comando do seu Senhor e inspiração do Espírito Santo, dá continuidade à história iniciada no Livro de Atos dos Apóstolos. Muitas são as suas maravilhosas realizações desde o primeiro século, e muitas outras poderão ainda ser realizadas no desdobramento dos atos do Espírito Santo através de pessoas redimidas. O Novo Testamento nos lembra que a Igreja visível não é a Igreja ideal. A Igreja é uma parceria divino-humana, compartilhando não apenas o santo amor do seu Fundador, mas também as imperfeições da sua humanidade e, por isso mesmo, está sempre necessitada de renovação. Na redenção, Deus assume com a Igreja o mesmo risco assumido por ele na criação ao conceder liberdade ao ser humano. Como Deus, o Espírito Santo, usou as mãos do apóstolo Paulo em “milagres especiais” e pode usar também a sua Igreja hoje, os resultados serão os mesmos: a palavra do Senhor crescerá poderosamente e prevalecerá (At 19:11,20).
Em Efésios 4.1-16, o Apóstolo ressalta a importância da igreja. Temos ali uma exortação à unidade, o que requer a eliminação de todas as tendências para as facções, que são apenas manifestações de egoísmo. O grande desígnio de Deus é a restauração e a unidade de todas as coisas em torno de Cristo “desvendando-nos o mistério da sua vontade ... de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.9, 10). A igreja deve experimentar a unidade para tornar-se a primeira ilustração de como o Senhor haverá de reunir todas as coisas em torno de Jesus.
Jesus orou em favor da unidade, ressaltando o seu papel para o sucesso da missão: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21).
Quando os irmãos se reúnem Deus se faz presente de uma maneira toda especial. É na unidade do povo de Deus que o Senhor “ordena a sua bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3).
Muitas orações são respondidas porque oramos juntos: “Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mt 18:19-20).
E a própria plenitude do Espírito se dá quando estamos reunidos como Igreja como aconteceu no primeiro Pentecostes e conforme o ensino de Paulo aos Efésios: “... enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Ef 5:18-21).
A vida cristã não é a exaltação de nossa individualidade, ou de nossa independência, mas, sim, é uma vida em congregação, em unidade, em sociedade, em amor. Somos individualmente membros do corpo de Cristo. Onde estamos interligados e interdependentes. Não podemos ser cristãos tipo “ilha”, não podemos viver isolados do corpo. A própria oração que Jesus nos ensinou é uma oração que deve ser feita em conjunto: “Pai nosso... e pão nosso”. Não podemos nos batizar a nós mesmos, nem ministrarmos a ceia sozinhos, individualmente para nós mesmos.
Não devemos nos preocupar apenas com nossa santidade e edificação pessoal. Não devemos buscar apenas o que é nosso. Devemos evitar o egoísmo e o individualismo.
A questão da solidariedade é muito forte na igreja, por esta razão nos exorta o autor de Hebreus, dizendo: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” (Hb 10.25).
Os cristãos em crescimento encontram na comunhão dos crentes o seu ambiente encorajador. Eles não vivem independentes do Corpo de Cristo. A adoração exige uma atitude correta com Deus e envolve a participação ativa do crente. Os crentes devem preparar suas mentes e espíritos para a adoração. Cristãos sinceros dirigem-se a Deus em louvor, ações de graça, dedicação, confissão, fé e serviço. O batismo e ceia do Senhor são partes vitais da vida da Igreja, ordenadas por Cristo. Deus promete satisfazer graciosamente a pessoa que fielmente participa desses sacramentos. Como parte do corpo de Cristo, os crentes devem participar na adoração coletiva, tanto quanto nos outros ministérios da Igreja. A participação em grupos pequenos é um meio de graça e de crescimento. O sustento material, a visão, a inspiração e a disciplina são frutos da comunhão.
O cristão cresce espiritualmente através da verdade e do amor. Ele não cresce sozinho, independente dos outros, alheio à igreja. Mas cresce como membro do corpo de Cristo, em íntima comunhão com os demais membros e vinculado a Cristo que é o cabeça do corpo. Um dedo, se for cortado do corpo, deixa de crescer, morre e apodrece, pois não há vida fora do corpo para ele. Portanto, não deixem de congregar!
Mateus 16:15-18; 18:17; Atos 2:41-47; 9:31; 12:5; 14:23-26; 15:22; 20:28; 1 Coríntios 1:2; 11:23; 12:28; 16:1; Efésios 1:22-23; 2:19-22; 3:9-10; 5:22-23; Colossenses 1:18; 1 Timóteo 3:14-15.
Os Metodistas Livres procuram continuar hoje a missão do cristianismo do primeiro século, recuperada por John Wesley e os Metodistas primitivos que declaravam existir “para levantar um povo santo”.
Os Metodistas Livres são uma comunidade de cristãos sinceros no seu propósito de chegar aos céus e comprometidos a trabalhar no mundo pela salvação de todas as pessoas. Sua aliança com Cristo e sua Igreja está acima de todas as outras. Eles se mantêm livres de alianças que competiriam com a sua mais alta lealdade e de tudo que possa atrapalhar ou comprometer o seu efetivo testemunho da fé trinitariana e da fé na dependência da graça de Deus. O cristão nega-se a si mesmo, dia a dia toma a sua cruz e segue a Jesus. Ele se conforma com toda a vontade de Deus revelada na sua palavra e crê que as condições de salvação ainda são as mesmas dos dias dos apóstolos.
Na doutrina, as crenças Metodistas Livres são as crenças comuns aos evangélicos, ao protestantismo arminiano, com ênfase especial no ensino bíblico da inteira santificação, conforme defendido por John Wesley.
Na experiência, os Metodistas Livres enfatizam a realidade de uma purificação e poder interiores que comprovam a doutrina da inteira santificação, tanto na consciência interior do crente como na sua vida exterior. O seu culto é caracterizado pela simplicidade e liberdade do Espírito, sem ser limitado por ritual detalhado.
Os Metodistas Livres mantêm uma vida de devoção diária a Cristo que brota da santidade interior e separa o cristão do mundo, mesmo vivendo no mundo. Creem que a melhor maneira de impedir a invasão da Igreja pelo mundanismo é a Igreja invadindo o mundo com propósito redentivo. Creem tão firmemente na missão da Igreja que se comprometem a exercer mordomia responsável das suas finanças e por isso, não precisam recorrer a esforços comerciais para sustentar a causa de Cristo.
Os Metodistas Livres reconhecem que Deus concede dons espirituais de serviço e liderança tanto a homens como a mulheres. Visto que homem e mulher são ambos criados à imagem de Deus, tal imagem é mais plenamente refletida quando ambos, mulheres e homens, trabalham em união em todos os níveis da Igreja. Portanto, todas as posições na Igreja são acessíveis a todos que Deus chamar.
Os Metodistas Livres sentem uma obrigação especial de pregar o Evangelho aos pobres. As provisões do Evangelho são para todos. As “Boas Novas” devem ser proclamadas a cada indivíduo da raça humana. Deus manda a luz verdadeira para iluminar e quebrantar todo coração. Jesus deixou-nos o exemplo. Sobre o seu ministério foi relatado que “os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres” (Lc 7:22). Essa pregação aos pobres era a prova final de que ele era aquele que viria. Nisso, a Igreja deve seguir os passos de Jesus.
O envolvimento do metodismo com as questões da sociedade é uma marca que está na história do surgimento do movimento desde o séc. XVIII. Um dos contextos históricos da Inglaterra foi a Revolução Industrial. E isso, fez com que o trabalho do combate à escravidão e luta por melhores salários, principalmente o apoio às crianças pobres oferecendo o ensino básico, fez com que os metodistas se destacassem.
Por volta do ano 1700 a educação na Inglaterra era privilégio somente de ricos. Por essa razão, John Wesley fundou a Kingswood School em 1748, por entender que o ensino é fundamental na formação de uma sociedade mais justa e igualitária, principalmente às crianças pobres sem condições de estudarem.
Os Metodistas Livres são comprometidos com os ideais do Novo Testamento de modéstia e simplicidade como estilo de vida. Eles desejam chamar atenção, não para si mesmos, mas para o seu Senhor.
Os Metodistas Livres consideram a história da Igreja registrada no Livro de Atos e os outros escritos do Novo Testamento como sua principal herança. Geração após geração tem nestes registros sua maior fonte de orientação e renovação. Os cristãos lutaram através dos séculos com questões antigas e contemporâneas, da mesma forma que o fazemos agora. A história da Igreja como um todo nos é instrutiva.
Os Metodistas Livres são fruto de uma linhagem evangélica que pode ser assim resumida: sua herança espiritual se origina de homens e mulheres de profunda piedade pessoal em todas as épocas, que mostraram que é possível manter o calor do fervor espiritual em meio ao paganismo, apostasia e eventual corrupção da Igreja organizada. A linhagem da Igreja Metodista Livre se inicia com o povo de Deus no Antigo e Novo Testamentos e inclui as influências e contribuições de uma multidão de movimentos de renovação no cristianismo ocidental: John Wycliff e os morávios; a Reforma Protestante do século XVI com os seus muitos movimentos de renovação que mutuamente se equilibravam, e entre eles as “corretivas arminianas”, que ensinam que a salvação em Cristo é para toda a humanidade, sem limitações, e que deve ser livremente escolhida; a tradição católico-anglicana; a influência puritana inglesa; a tradição Metodista; e o poderoso Movimento de Santidade do século XIX. Deus utilizou esses e outros ao longo das eras para fazer o imutável evangelho cristão conhecido mais claramente.
A Reforma protestante ergueu a bandeira em defesa do sacerdócio universal de todos os crentes, mas foi no movimento wesleyano que vimos isto se dar na prática. John Wesley, durante seu ministério, chegou à conclusão de que os leigos poderiam e deveriam exercer o ministério sacerdotal. Isto foi fundamental para o crescimento quantitativo e qualitativo do movimento wesleyano e para o sucesso de sua missão. Pois, para que a Igreja possa exercer sua missão de modo integral, é indispensável que a missão seja entendida como ministério de cada crente e não fique restrita a uma elite de obreiros ordenados. Nossa igreja concede aos leigos uma participação igual a dos pastores nas Comissões e Juntas administrativas. Socialmente, desde seus primeiros dias. O metodismo foi pioneiro também no reconhecimento do ministério sacerdotal feminino.
Os Metodistas Livres possuem uma sensível consciência social, característica do movimento wesleyano primitivo. John Wesley e os metodistas primitivos não entravam em pânico quando se deparavam diante de fortes crises morais, pois criam que o status quo não tem a última palavra. Wesley ousou acreditar que o mundo poderia ser transformado pelo poder da graça de Deus. Imagine o que seria ter vivido nos dias de Wesley e decidir trabalhar duro para mudar um problema social tão grande como a escravidão, que estava enraizado na sociedade mundial há milhares de anos? Utopia? Ele proibiu que os metodistas tivessem escravos e pedia que eles deixassem de consumir o açúcar que era produto de mão de obra escrava. A última carta que Wesley escreveu antes de morrer foi endereçada a William Wilberforce, um discípulo, membro do parlamento inglês e que, inspirado por ele, estava agora lutando contra a escravidão. A carta de Wesley expressava sua oposição à escravidão e encorajava Wilberforce a continuar firme na luta por mudança. O parlamento, após mais de 20 anos de ações políticas e sociais encabeçadas por Wilberforce, no ano de 1807 proibiu a participação inglesa no tráfico negreiro. A Inglaterra foi o primeiro país a abolir a escravidão, e, a partir daí, muitos outros foram inspirados e pressionados a fazerem o mesmo.
Wesley formou sociedades antiescravagista, grupos para reforma de prisões, casas de abrigo e agências de assistência aos pobres, numerosas sociedade missionárias, hospitais e escolas se multiplicaram. Wesley lutou contra o trabalho infantil e em favor de direitos civis. Concentrou seu ministério entre os pobres. O Metodismo foi indiretamente responsável pelo crescimento da autoconfiança e capacidade de organização de trabalho do povo inglês. Em 1928, o Arcebispo Davidson escreveu dizendo que Wesley praticamente mudou a perspectiva e o próprio caráter da nação inglesa. E, alguns historiadores têm mantido que o avivamento wesleyano alterou o curso da história o que livrou a Inglaterra de uma revolução sangrenta.
Durante o século XIX, o Movimento de Santidade, surgido no Metodismo norte-americano e que se propagou por outras nações e denominações, convocou os cristãos a níveis mais profundos de relacionamento com Deus e a um maior interesse nas necessidades da humanidade sofrida. Nesse contexto, o Reverendo Benjamin Titus Roberts e outros pastores e leigos do Concílio de Genesee da Igreja Metodista Episcopal no oeste do estado de Nova York, levantaram um protesto contra o liberalismo teológico, o fraco compromisso com questões sociais urgentes e a perda do fervor espiritual. Entre 1858 e 1860, vários desses líderes foram excluídos da Igreja Metodista Episcopal sob diversas acusações e alegações. Na realidade, a questão principal era a sua proclamação dos princípios básicos do Metodismo, especialmente a doutrina e a experiência da inteira santificação. Apelos feitos no Concílio Geral de maio de 1860 foram negados.
Portanto, a Igreja Metodista Livre foi organizada numa convenção de leigos e pastores reunidos em Pekin, estado de Nova York, em 23 de agosto de 1860. Em, 1910, a Igreja Metodista Episcopal reconheceu seu erro e pediu perdão a Igreja Metodista Livre.
O “livre” no nome da Igreja Metodista Livre enfatiza certas liberdades básicas encontradas nas Escrituras:
Para se tornar membro você deve confessar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, aceitando o desafio de servi-lo na vida da igreja e do mundo, aceitando também os Artigos de Religião, a Aliança de Membro, e os alvos para a conduta cristã estabelecidos no Manual da Igreja. Se ainda não tiver sido batizado, deverá ser batizado antes de ser recebido como membro.
Os membros da Igreja Metodista Livre, confiando na capacitação do Espírito Santo e buscando o apoio dos outros membros da Igreja, fazem a seguinte confissão e compromisso, como uma aliança com o Senhor e a Igreja.
Confessamos Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Pela fé, andamos com Ele. Nós nos comprometemos a conhecê-lo em sua plena graça santificadora.
Quanto a Deus
Como povo de Deus, nós o reverenciamos e adoramos.
Nós nos comprometemos a desenvolver os hábitos da devoção cristã, submetendo-nos à mútua prestação de contas, praticando orações particulares e em grupo, estudando as escrituras e participando do culto público e da Santa Ceia;
Nós nos comprometemos a observar o Dia do Senhor separando-o para adoração, renovação e serviço;
Nós nos comprometemos a dar nossa lealdade a Cristo e a Igreja, abstendo-nos de qualquer aliança que comprometa nosso compromisso cristão. Isto faremos, pela graça e poder de Deus.
Quanto a Nós e aos Outros
Como um povo, vivemos vidas íntegras e santas e mostramos misericórdia a todos, ministrando tanto às suas necessidades físicas quanto às espirituais. Nós nos comprometemos a ficarmos livres de atividades e atitudes que corrompem a mente e prejudicam o corpo, ou promovem tais coisas;
Nós nos comprometemos a respeitar o valor de todas as pessoas como criadas à imagem de Deus.
Nós nos comprometemos a nos esforçarmos para sermos justos e honestos em todos os nossos relacionamentos e negócios.
Quanto às Instituições de Deus
Como um povo, honramos e apoiamos as instituições ordenadas por Deus: família, Estado e Igreja. Nós nos comprometemos a honrar a santidade do casamento e da família.
Nós nos comprometemos a valorizar e a criar os filhos, guiando os à fé em Cristo.
Nós nos comprometemos a sermos cidadãos responsáveis e a orarmos por todos que lideram.
Quanto à Igreja
Como povo de Deus, expressamos a vida de Cristo no mundo.
Nós nos comprometemos a contribuir para a unidade na Igreja, cultivando integridade, amor e compreensão em todos os nossos relacionamentos;
Nós nos comprometemos a praticar o princípio da mordomia cristã para a glória de Deus e o crescimento da Igreja; Nós nos comprometemos a irmos pelo nosso mundo e fazermos discípulos.
O crescimento vem com a aceitação da responsabilidade plena do uso dos talentos naturais e dons espirituais no serviço e no ministério. O Espírito Santo supre cada crente com habilidades naturais para o serviço e o ministério. São responsabilidades. Elas devem ser usadas somente de forma que glorifiquem a Deus. Usar bem as habilidades dadas por Deus produz crescimento pessoal. O Espírito Santo também distribui como ele quer, dons espirituais de fala e de serviço para o bem comum e a edificação da Igreja (1 Coríntios 12:7; 1 Pedro 4:10-11). Dons espirituais são exercidos debaixo do senhorio de Cristo, com seu amor e compaixão, e não podem ser causa de divisão na Igreja. Portanto, todas as coisas devem ser feitas com decência e ordem. Por exemplo, na adoração pública, falar ou ensinar a falar com sons não inteligíveis não é coerente com tal ordem. A linguagem do culto deve ser a linguagem do povo. Toda comunicação no culto deve ser inteligível (1 Coríntios 14). O crente deve procurar como evidência da plenitude do Espírito Santo, não os dons em si mesmos, mas o caráter e o poder do Espírito Santo.
Para Estudar: 1 Coríntios 12:1-11
Questões para reflexão:
1. Os dons do Espírito são recompensas por um esforço feito?
2. Quais os propósitos dos dons espirituais?
3. Os Coríntios davam proeminência a dons mais extraordinários, como o dom de línguas, em detrimento dos outros dons. Por quê? Quais eram as suas motivações? Quais foram as consequências desta atitude?
4. É correto pensar que o Espírito Santo leva a pessoa além daquilo que ela tem em Jesus Cristo, ao invés de levar precisamente a ele (1 Co 12.3)? O Espírito leva os cristãos a uma posição superior aos demais cristãos ao invés de para eles no serviço e no ministério?
5. Devemos nos sentir superiores, ou considerar outros superiores simplesmente baseados na posse deste ou daquele dom?
6. Em sua opinião, por que há diversidade de dons e serviços no ministério cristão?
O termo chave, usado com referência específica aos dons espirituais, é Carismata (1 Co 12:4, 31; Rm 12.6). 0 termo está na forma plural; o singular é Carisma. A raiz do termo, caris, é a palavra que no Novo Testamento significa "graça”. A conexão com graça é vital ao entendimento correto de dons espirituais, como se vê em Efésios 4:7: 'E a graça foi concedida a cada um...” E em Romanos 12.6, que semelhantemente apresenta uma "lista" de dons relacionando-os com graça: "tendo, porém, diferentes dons (Carismata) segundo a graça (caris) que nos foi dada..." Assim, dons são descritos como diversas dádivas da graça dadas a cada crente por Deus.
Paulo também usa outros termos para descrever os dons, os quais são chamados "ministérios" ou "serviços" na igreja (1 Co 12:5,10,11). Várias vezes (1 Co 2:6,11; Efésios 4:16), é usada a raiz grega da qual se deriva a palavra "energia". Esta é uma palavra composta (en-ergia), que significa "em-trabalhando". Ela descreve os dons espirituais como as operações de Deus nas pessoas individuais e através delas, Deus trabalhando dentro da sua igreja.
Finalmente, notamos a frase descritiva usada em 1 Coríntios 12:7, onde Paulo declara: "A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum (isto é, para edificação da igreja). O verbo “sendo dado" está no presente, descrevendo ação contínua, não um evento singular; semelhantemente, "manifestação" tem substantivo como desinência que indica processo. Assim, os dons são definidos como os meios contínuos através dos quais Deus revela sua pessoa e obra na igreja (1 Co 14:24-25).
Um carisma ou graça é definido por Paulo, em primeiro lugar, como um "serviço" (diaconia, 1 Co 12:5) . Não é, portanto, primariamente um privilégio espiritual para o indivíduo, para sua própria edificação, prazer, ou distinção. Como um serviço, a graça é dada em prol dos outros; está presente para o bem da igreja. Os variados serviços das graças-dons visam, todos eles "um fim proveitoso” segundo vimos acima. Portanto, recebemos dons para servir e não para sermos servidos. para ajudar nossos irmãos e não para obter vantagens sobre eles.
Em 1 Coríntios 12.3, Paulo vê a obra característica do Espírito Santo na confissão inteligível e simples de que Jesus é Senhor. O Espírito leva os homens a atribuírem senhorio a Cristo. O que não significa que é impossível a um descrente dizer as palavras: “Jesus é o Senhor". Obviamente ele pode dizer isso com zombaria. Mas somente sob a influência do Espírito Santo aquelas palavras podem ser ditas de forma sincera e cheia de significado. É só através do Espírito que uma pessoa pode conhecer a Jesus como seu Senhor e Salvador.
Entre os textos para meditação diária, temos: 2 Co 3:17,18; Jo 14:16-23,26; Jo 15:26; Jo 16:7-15, que falam do ministério do Espírito Santo em relação a pessoa de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de 1 Coríntios, Paulo fala sobre tudo aquilo que os coríntios já têm. Observe que tudo o que os coríntios já têm, o têm "em Cristo". Foi a preocupação de Paulo em todo o decurso das epístolas aos coríntios ver o Espírito na mais íntima conexão com o Senhor e, portanto, com Deus (2 Co 13:13). Note que os versículos de 1 Co 12.4,5 e 6* nos ensinam a trindade: "O Espírito é o mesmo..."; "... o Senhor (Jesus) é o mesmo."; "... o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.“
Resumindo, o Espírito não veio para concorrer com Cristo, ou para ir além de Cristo, mas para conduzir a Cristo, exaltando a Cristo como Senhor.
Paulo nos ensina que "os dons são diversos” e que há “diversidade nos serviços" e "diversidade nas realizações". Vimos que a obra central do Espírito é honrar a Jesus, e esta obra não é, em sentido algum, monótona. O Espírito é rico na variedade de suas manifestações, daí o tríplice emprego da palavra "diversidade”.
Há diferentes modos de servir sob a unção do Espírito, mas as diferenças não são importantes, pois o Senhor é o mesmo. Os dons são diferentes, mas isto não deve nos dividir, porque é Deus que outorga os dons (Carismata) em toda a sua diversidade. Paulo está muito preocupado com a unidade da Igreja. Trataremos de um modo especial deste assunto na próxima lição.
Em seguida, Paulo descreve uma lista de dons espirituais. Além desta lista existem outras em Romanos 12:6-8; 1 Coríntios 12:28-30; Efésios 4:7,8,11-13 e 1 Pedro 4:9-11.
Em 1 Coríntios 12:11 lemos: "Mas um e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as como lhe apraz, a cada um individualmente”. Aqui, Paulo reafirma a tese de que dons diferentes não visam a propósitos divinos divergentes, pois é o mesmo Espírito que dá todos estes dons. E a expressão: "a cada um individualmente”, lembra-nos que Deus nos trata como indivíduos. Ele leva em consideração a nossa personalidade, nossas características e habilidades pessoais que são nata e que também nos foram concedidas por Deus. Outro ensino aqui é que os dons não são outorgados segundo queremos. Não é segundo a vontade humana, mas segundo a vontade do Espírito: "Como lhe apraz". Os dons têm nítida relação com nossa posição no corpo de Cristo, isto é, com a nossa função ou ministério. Estão em conexão com "as boas obras as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas" (Ef. 2:10).
Para Estudar: 1 Coríntios 12:12-31
Repare que Paulo dedica um quarto do seu estudo sobre os dons do Espírito Santo à questão da unidade da igreja. O termo grego ECLESIA ou igreja aparece nove vezes em 1 Coríntios 14 (vs. 4, 5, 12, 19, 23, 28, 33, 34 e 35) e uma vez em 1 Coríntios 12:28. No parágrafo 12:12-31, Eclésia é definido como "O Corpo de Cristo " (o vocábulo "corpo" aparece dezessete vezes neste trecho). Paulo defende que os dons espirituais só podem ser entendidos dentro do contexto da Igreja. Os dons foram dados a cada um individualmente visando o bem comum, isto é, a edificação do Corpo de Cristo. A "Igreja" está em foco!
Intimamente entrelaçada com a consideração Paulina de "dons" está à realidade da igreja. Em 1 Coríntios 12, Paulo toma o corpo humano como metáfora e elabora a sua aplicabilidade à igreja. Ele mostra que os dons espirituais, como os diferentes membros do corpo, são diversos em qualidade e função - mas cada um tem importante e necessária contribuição a fazer ao corpo inteiro. Todos são indispensáveis. Assim, os dons são individualizados, mas sempre ligados à igreja.
Os dons são divinamente dados, não primariamente para abençoar a vida do recipiente individual, mas para o benefício da igreja. O dom não é dado para nosso deleite pessoal ou para obtermos vantagens sobre os outros, mas para servimos aos demais crentes.
Os dons não são dados para divisão, mas para a unidade do corpo. A igreja de Corinto estava a ponto de dividir-se e rachar-se entre o "Espiritual" e o "Cristão", como se os dois fossem distintos entre si. Paulo inicia esta carta aos coríntios fazendo uma forte exortação à unidade (1 Co 1:10-13) e, no capítulo 3. Paulo repreende a carnalidades, as divisões, ciúmes e contendas que havia entre eles. E, em 1 Coríntios 11:17-34, Paulo afirma estar informado de que há divisões e partidos entre os coríntios.
Observe que a palavra chave em 1 Coríntios 12 é "UM". Releia o texto mais uma vez e responda: Quantas vezes ela aparece?
Num corpo existem órgãos com mais ou menos destaque; mas estas diferenças no Corpo de Cristo são meramente funcionais, não são qualitativas nem espirituais. Nenhuma parte deve sentir-se inferior ou superior com base nos seus dons ou na sua posição dentro do corpo, porque Deus mesmo foi quem dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprove. (v. 18).
As diversas partes do corpo não estão em feroz concorrência entre si, mas sim, se completam harmoniosamente, por amor da totalidade, segundo a orientação da Cabeça.
Compare esta passagem com a de Efésios 4, onde também Paulo está tratando de Dons espirituais: "Suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz: Há um só corpo e um só Espírito... Um só Senhor... A graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo... E concedeu dons aos homens... Para encher todas as coisas... E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para... Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé”. Em 1 Cor. 12:25, o apóstolo fala do propósito de Deus ao dar dons aos membros da igreja. Qual foi o resultado da ação do Espírito Santo na vida dos primeiros cristãos? (At. 2:44s).
Em João 17:11,21-23, Jesus orou para que fôssemos um, para que fôssemos aperfeiçoados em unidade. Só assim a igreja será bem sucedida em sua missão aqui no mundo. Em 1 Co.12, veja os versículos:
PARA ESTUDAR: 1 Coríntios 13.1-13
Texto Básico: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine”. (1 Cor. 13:1).
1. Por que, destes três capítulos destinados ao estudo das coisas pertencentes ao Espírito Santo, Paulo reserva um capítulo inteiro para a questão do amor?
2. E porque este capítulo se encontra localizado exatamente no meio dos outros dois? Haveria algum motivo especial?
3. Com relação as coisas espirituais, qual foi a ênfase de Cristo e das epístolas apostólicas? E qual tem sido a ênfase nos nossos dias?
4. É possível a manifestação de dons espirituais sem o elemento básico da vida cristã, o amor?
5. Como distinguir entre o falso e o verdadeiro? É pelos seus dons que se conhece um homem genuinamente espiritual?
6. Como é o amor de Deus? Como atua ele? Como se evidencia ele entre nós?
AMOR - No grego, "ÁGAPE", derivação da forma verbal "AGAPAO ". Não se usava comumente antes do Novo Testamento, mas os cristãos se apossaram do termo e fizeram dele a sua palavra característica para amor. Enquanto que o melhor conceito de amor antes do Novo Testamento era o de amor pelo melhor ser que se conhece, os cristãos pensavam no amor como aquela qualidade demonstrada na cruz. É amor pelos totalmente indignos, amor que procede de um Deus que é amor. Amor prodigalizado a outros sem que se pense se eles são dignos para recebê-lo ou não. Provém antes da natureza daquele que ama, que de qualquer mérito do ser amado.
O cristão que experimentou o amor de Deus por ele, embora ainda pecador, foi transformado pela experiência. Agora, em certa medida, vê os homens como Deus os vê. Ele os vê como objetos do amor de Deus, como aqueles por quem Cristo morreu. Consequentemente, a sua atitude para com eles é de amor, do "Ágape" que o leva a dar-se. Vem a praticar o amor que nada busca para si, mas somente o bem da pessoa amada. O amor é aquele elemento que dá sabor a todas as demais atividades e lhes empresta significação, sendo assim, o amor é o grande princípio Cristão de toda a ação e a base de toda demonstração de espiritual idade, pelo que o amor deve governar os dons espirituais, servindo de solo onde os dons sejam cultivados.
Amor é "o caminho sobremodo excelente". O centro do tratamento Paulino de coisas pertencentes ao Espírito é amor. Sem amor, "dons espirituais" oferecem pouco benefício à igreja e "línguas" se tomam disfuncionais. Ágape é chave para harmonia, ordem e crescimento na igreja.
O amor é mais importante do que qualquer dos dons, inclusive línguas; na verdade, ele é mais importante do que qualquer combinação de dons, ou todos os dons juntos.
No capítulo doze, Paulo vinculou o pensamento da igreja acerca de coisas espirituais à graça; no capítulo treze, Paulo vincula as coisas espirituais ao amor. Nesse capítulo, Paulo ensina a maneira pela qual as graças divinas, discutidas no capítulo doze, devem ser expressas humanamente. Nem o falar em línguas (13.1), nem a profundidade do saber (v.2), nem o sacrifício (v.3) são, por si só, nem substitutos para o amor cristão, nem sequer componentes necessários deste amor. O amor é uma graça mais básica e menos espetacular do que todas as demais. Sem ele, as graças cristãs são desgraçadas.
Acompanhe em 1 Co 13 os versículos:
Para entendermos corretamente 1 Coríntios 13, devemos conservar em mente o contexto dentro do qual a descrição do amor foi dada por Paulo: o contexto do problema referente às coisas espirituais na igreja de Corinto.
Em Gálatas 5:22, aprendemos que o fruto do Espírito Santo é: AMOR. Quando o Espírito Santo vem a nós, o AMOR de Deus é derramado nos nossos corações (Rm 5:5).
Em 1 Coríntios 12:28-30, Paulo ensina que nenhum dom, em especial, é inerente aos cristãos. Isto significa que nem todos os cristãos profetizam, nem todos são mestres... E assim por diante. Mas o mesmo não se dá no caso do AMOR, pois o amor é fruto, e o fruto é inerente à árvore. Todo cristão autêntico deve naturalmente produzir os frutos do Espírito. "Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15:2).
O amor é o sinal ou a marca do verdadeiro cristão. Jesus não ensinou: "Pelos seus dons os conhecereis”, mas sim: "Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16); E disse ainda: "Nem todo o que me diz: 'Senhor, Senhor!' entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt 7:15-23).
Quando Jesus examina uma árvore, ele busca nela os seus frutos e não os dons. E não há desculpas para a falta de frutos. (Mc 11:12-14).
A igreja dos coríntios é exemplo de que "dons” não é, necessariamente, sinônimo de espiritualidade, ou seja, de uma vida cheia do Santo Espírito Santo. Em 1Co 1:7 - somos informados de que aos coríntios não faltava dom algum. Então, dons eles tinham de sobra, mas em 1:11; 16-18; 4:18; 5:1-13; 6:1, 5-11, 15-19; 10:14, 21, 22; 11:17-22 e 30; 15:33, 34 é revelado o lado carnal e pecaminoso deles. E a igreja de hoje como está? É grande o perigo de nos concentrarmos nos dons e de nos esquecermos de que os frutos são o que mais importam.
Dons podem até impressionar multidões, mas se não tiver amor... No dia do juízo final, o que contará serão as obras feitas em amor (Mt 25:31-46). “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança...” (1 Jo 4:17 e 18).
PARA ESTUDAR: 1 Coríntios 14:1-40
Texto Básico: "O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja”. (1 Co 14:4).
1. Como os dons espirituais devem ser expressos nas reuniões congregacionais?
2. Como conciliar: "Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” com as diretrizes estabelecidas por Paulo quanto à ordem de culto? (ver especialmente os versículos 19, 23, 26 a 33). Em outras palavras, liberdade de culto e necessidade de ordem no culto são conflitantes ou compatíveis?
3. Por que o apóstolo diz que temos que julgar as profecias (v.29)? Você acha isto importante para os nossos dias?
4. A questão: "O que dirão os de fora?" deve nos preocupar? (v.23) (Ler com atenção 2 Coríntios 6:3, que é um versículo muito importante para a compreensão deste tópico).
5. A preocupação do apóstolo Paulo é com o uso dos dons na igreja. Você lembra qual é a concepção neotestamentária do termo grego Eclésia? Então, como isto afeta nossa interpretação de 1 Coríntios 14?
7. Por que o dom de profecia é superior ao dom de línguas? Por que o que fala em línguas deve se calar se não houver quem interprete?
Línguas (GLOSSAI) têm sido um meio entre muitos que Deus tem escolhido para se revelar. Não é o meio mais importante e, apesar de ser classificado por Paulo como o último dos dons (1 Co 12:28), Paulo falou mais tempo sobre ele que sobre qualquer outro, pois, desde aqueles dias, este assunto tem sido mal entendido, com distorções na ênfase e na prática deste dom nas igrejas, chegando a ser motivo de divisão. É para esclarecer dúvidas, corrigir erros e orientar à igreja de Corinto quanto ao uso dos dons espirituais, em particular o dom de línguas, que Paulo dedica um capítulo inteiro, com 40 versículos.
Existem diferentes interpretações com respeito à definição de línguas bíblicas. É difícil decidir entre elas. Uns resolveriam o problema insistindo que as línguas dos coríntios eram línguas estrangeiras, visto que as de Atos 2 o eram. Para outros, inclusive nossos estudiosos da Bíblia, parece patente que as línguas de 1 Coríntios 12-14 não eram línguas humanas inteligíveis.
Os argumentos baseados no texto gregos não resolvem o problema. O termo glossai (línguas; singular é glossa) é usado nos textos de Atos e Coríntios, mas não necessariamente no mesmo sentido. O contexto é essencial para a própria interpretação e tradução de cada uso de uma palavra, mesmo quando o termo grego fundamental é o mesmo.
É simplesmente incorreto assumir ou afirmar que, porque glossa descreve linguagem humana em Atos 2, onde quer que o termo seja usado ele significa o mesmo. Em Marcos 7:33, 35, o texto grego diz que Jesus tocou a glossa do mudo: a palavra aqui obviamente se refere a língua física; seria sem sentido traduzida: "língua (idioma)". Semelhantemente, em Lucas 1:54 64, Deus tocou a glossa de Zacarias: o sentido intentado é provavelmente "boca" e não idioma. Finalmente, em 1 João 3:18, nós somos exortados: "não amemos de palavra, nem de GLOSSA” aqui a tradução “língua” pode ser usada, mas o sentido é comunicado melhor pela tradução usual, "discurso".
Da mesma maneira, devemos estudar contextualmente cada instância de "glossa" em Atos e Coríntios. Em alguns textos, o sentido exato não é claro: não podemos estar certos se as "línguas" em Atos 10 e 19 consistem em fala inteligível ou ininteligível. Em tais casos, dogmatismo (de qualquer lado, com a exclusão de outros pontos de vista) parece não só infundado, mas injustificado.
Como é de se esperar, os estudiosos diferem nas suas respostas, refletindo usualmente suas afiliações teológicas e eclesiásticas. Para um número crescente de variadas tradições, contudo, a seguinte conclusão parece assegurada: enquanto que as línguas de Atos 2 foram línguas estrangeiras inteligíveis, as glossai em 1 Co. 12-14 consistem em elocuções humanamente ininteligíveis.
Pentecostes, como se acha relatado em Atos 2, foi um evento miraculoso. Naquele dia, quando o Espírito de Deus foi derramado, os discípulos falaram línguas (glossai) que eles não entenderam. De outro lado, os ouvintes, um auditório misto de visitantes de muitos países diferentes, entenderam o que foi dito. Eles se maravilharam, todavia, que os discípulos - todos "galileus" - estavam falando para eles, "que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nasceu" (At 2.8). A palavra grega traduzida língua ali e em At 2:6 é "dialect", descrevendo língua particular nativa dos ouvintes. A lista dos nomes de lugares identifica algumas das regiões geográficas específicas representadas. Todas as línguas dessas vastas regiões não eram evidentemente conhecidas aos discípulos galileus iletrados (At 4:13). Não obstante, as glossai faladas foram inteligíveis aos ouvintes; nenhuma interpretação foi necessária.
A situação que Paulo descreve em 1 Coríntios 12-14 é completamente diferente. A mensagem falada em línguas era não só ininteligível àquele que falava que (ver 1 Co 14:14), mas também aos ouvintes: Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus... Ninguém (isto é, nenhum ser humano) o entende; porque em espírito fala mistérios. Porque tais elocuções são ininteligíveis, Paulo argumenta, sem interpretação, elas são sem sentido e não edificam a igreja durante suas reuniões.
O fato de a "interpretação" ser considerada um dom espiritual faz crer que o dom espiritual de línguas mencionado em 1 Coríntios não era de idiomas conhecidos, que pudesse ser entendido por alguém em algum lugar do mundo.
Outra espécie de glossai pode estar sendo sugerida em 1 Coríntios 13:1: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos..." Aqui Paulo muda para além das fronteiras da língua humana, para abranger outra esfera de comunicação. No contexto, a sua ideia é que, ainda que uma pessoa possa comunicar em muitas línguas humanas e também com o espírito de anjo... Sem amor, a fala resultaria somente em muito ruído.
Na lista dos "dons", deve-se notar que glossai está sempre no plural e acompanhado de "espécies de..." O grego que salienta este qualificador fornece o termo científico gênero. Usado em biologia, um gênero, é a subdivisão principal da família e incluiu uma ou mais espécies. Este é o sentido que este qualificador acrescenta a "línguas". Em essência, Paulo parece reconhecer diversas espécies de glossai, inclusive línguas humanas, mas também "celestes". Todas são de Deus, e dadas segundo a sua escolha.
Paulo estima os dons por sua capacidade de ajudar aos homens (1 Co 14.1 a 5). À medida que Paulo usa para fazer esses juízos de valor está claramente identificada: O QUE EDIFICA A IGREJA?
O que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando “(v.3). Esta frase importante define a profecia. A "edificação" (oikodome) passa, então, a ser a chave para o entendimento desde capítulo(vv. 3, 4, 5, 12, 17, 26). Assim como Deus é a fonte das "graças" (cap.12), e assim como o amor é o modo delas (cap. 13), assim também a "edificação" é o alvo delas (cap. 14).
Paulo não negava que falar em línguas fosse um dom, mas nunca ensinou as igrejas a buscarem tal dom, mas recomendou com insistência a busca dos "melhores dons" no capítulo 12; do amor, no capítulo 13, e comparou o dom de profecia ao dom de línguas, no capítulo 14, provando a superioridade do primeiro, chegando a afirmar: "Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua." (v. 19). Pois quem fala em línguas não edifica a igreja, mas somente a si mesmo (v.4). E em 1 Coríntios 13.5, aprendemos que o amor "não procura suas próprias coisas". Sendo assim, Paulo declara definitivamente: "visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para edificação da igreja" (v.12). Paulo deseja ver os dons espirituais tornarem-se em serviço (cap. 12), ver o amor assumindo o centro de nossas atenções (cap. 13), e contemplar a igreja sendo edificada (cap. 14).
Enquanto o que fala em línguas edifica apenas a si mesmo, o que profetiza edifica a igreja. A profecia também serve para exortar (encorajar, fortalecer) e consolar os homens (v.3); também é um meio de transmitir revelações e doutrinas (v.6); a profecia faz "soar" aquele toque da mensagem cristã que leva o crente a preparar-se para a batalha espiritual (v. 8); a profecia é uma voz clara, em um mundo de vozes confusas (v. 10) e a profecia é uma maneira de ensinar (v. 31).
A inferioridade de "línguas" é manifesta, pois este dom não "dá proveito" aos ouvintes. Paulo diz que a fala ou é inteligível, ou não é nada mais do que falar ao ar (v. 9), pois tudo que se visa com um idioma, com uma linguagem é comunicar sentido a quem deve. A fala é um efetivo instrumento de comunicação, mas a fala que não for compreendida, não terá poder nenhum (v.11). Agora, se as "línguas" forem interpretadas, os ouvintes serão edificados, caso em que não há grande diferença da profecia.
"Se eu orar em línguas, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera." (v. 14 b). Não faz uso da mente, não acrescenta ao intelecto, ao conhecimento e, por não fazer uso da mente, pode ficar fora de controle, dando lugar ao emocionalismo. Paulo não está argumentando em prol de um intelectualismo estéril, pois é certo que a vida cristã é bem mais do que exercício mental, há lugar para fervor e emoção, mas, como vemos no v. 15, a oração e o canto devem ser tais, que os adoradores possam envolver-se nelas integralmente, com a mente e com o espírito. (Obs.: Muitíssimas vezes as orações são elevadas numa espécie de jargão emocional, e os hinos são escolhidos com base em melodias atraentes, em vez de em sólida doutrina.)
"Não sejais meninos" (v.20) - Parai de ser meninos no entendimento. Na verdade, é característico da criança preferir o divertido ao útil, o brilhante ao sólido. E é isso que faziam os coríntios com o seu assinalado gosto pela "glossolalia" (glossolalia - falar em línguas). Portanto, "sêde homens amadurecidos."
Numa reunião da igreja o efeito do falar em línguas sobre os de fora ou incrédulos é adverso. Diz o apóstolo Paulo que eles pensarão que os crentes estão loucos (v.23). Pois os coríntios tinham o costume de falarem línguas todos ao mesmo tempo. (Sobre este tópico, ler também 2 Co 6:3) Paulo sempre se preocupou com a imagem da igreja diante dos de fora. Em Atos 2:47, vemos que a igreja primitiva contava com a simpatia de todo o povo em derredor, "enquanto isto, acrescentava-lhes o Senhor, dia-dia, os que iam sendo salvos." Não podemos perder de vista a nossa maior missão.
Parece haver uma contradição entre o v. 22 e os vs. 24 e 25. Mas é preciso levar em consideração o contexto do v. 22, que está baseado num texto do Antigo Testamento (Is 28:11,12), onde os incrédulos são os que ouviram a palavra e a rejeitaram. Para eles, as "línguas" valem por um sinal do juízo de Deus sobrevindo a eles. Já, em 24 e 25, se está pensando naqueles que nunca ouviram a palavra. Para estes, "línguas" não são mais que um sinal de loucura, mas a profecia os conduz a Deus.
Paulo preocupa-se com a ordem e a decência no culto. Paulo não só considera a ordem como princípio dirigente - é a palavra com que ele conclui o tratamento extensivo deste assunto (ver 14:40) - mas sublinha-a pesadamente no parágrafo final. Já no capítulo 12, ele tem caracterizado a igreja como uma entidade unida, composta por Deus "para que não haja divisão"(12:25). Em 14:26-39, ele fala de modo particular sobre a aplicação deste princípio às reuniões da igreja. “Quando vos reunis” (v.26)
Há vários ingredientes no culto, mas a regra orientadora é "Seja tudo feito para edificação" (v.26). Limites são estabelecidos tanto para línguas (com interpretação) quanto para profecias (vs. 27 a 29) - "não mais que três" - "e isto sucessivamente" (v.27), nunca todos falando em línguas ao mesmo tempo (v.23), mas, sim, um após o outro e haja quem interprete. Mas e se não houver intérprete? Resposta: "fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus" (v.28). “E com relação à profecia, é necessário que haja julgamento“ (v.29).
"Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro" (v.30). E para os que dizem que não podem se controlar diante da ação do Espírito, Paulo rebate dizendo: "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é Deus de confusão... " (vs. 32,33). Note-se, antes de tudo, que Paulo crê no domínio próprio e o defende (ver também vv. 28, 30 e 34). Isto é de se esperar, porque o fruto do Espírito é"... domínio próprio" (Gálatas 5:22). Para que o culto seja edificante e executado em ordem, é necessário que se possa ouvir enquanto alguém está falando (vv. 29, 31, 34, 35).
Uma congregação individual não é simplesmente livre para fazer o que bem entende. Paulo mostra sua exasperação com a congregação de Corinto quando ele pergunta: Porventura foi de vós que partiu a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?"(1 4:36). Estas perguntas servem como um forte lembrete da interconexão da igreja. Finalmente, Paulo exerce a plena autoridade do seu ofício apostólico concluindo seu ensino sobre os dons espirituais com a seguinte frase: "as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (14:37). Esta palavra é dirigida ao que se acha “espiritual”, pois todo aquele que é verdadeiramente espiritual deve estar debaixo da doutrina dos Apóstolos.
V.29 - "Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três e os outros julguem" (ver questões introdutórias a esta lição). A Bíblia é a Palavra de Deus e nenhuma mensagem profética pode ir contra os seus ensinos (Hb 1:1-2; 2 Tm 3:16, 2 Pe 1:19-21 e Dt 29:29).
Devemos fazer como os cristãos de Beréia, que eram nobres no modo de receberem a Palavra: "examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato assim." (At. 17:11).
E devemos atentar para os seguintes perigos mencionados nos seguintes textos Dt 13: 1-5; 1 Rs 13:1-30 e Jr 23:13-40.
A Bíblia diz que é nosso dever julgar, provar e discernir, portanto não sejamos negligentes neste ponto (1 Tm 4:1; 1 Jo 4:1; 1 Co 14:29; Hb 5:13, 14: Hb 4:12-13; 1 Co 2:15; 11; 11:13-15; At 5:1-11; Mt 7:15-20, Gl 1:6-9 e 2 Ts 2.1-3).
A Bíblia ensina que o Espírito Santo concede dons espirituais a todos os cristãos. Mas a mesma Bíblia que nos fala sobre os dons espirituais também nos ensina "como" e "com que propósito" devem ser usados nas nossas reuniões congregacionais. Devido às distorções e abusos relacionados ao uso dos dons, muitos se escandalizam e acabam desacreditando que eles realmente existam para os dias de hoje. No entanto, não devemos desprezar por um lado e nem fazer mal uso dele por outro. Antes, devemos dar ouvidos aos princípios e as diretrizes do esclarecedor ensino do apóstolo Paulo, sabendo que não se trata de mandamento de um homem, mas de Deus (1 Co 14:37).
E nunca devemos nos esquecer que os dons são divinamente dados, não primariamente para abençoar a vida do recipiente individual, mas para o benefício da Igreja. Se a igreja deve ser edificada através do exercício dos diversos ministérios de seus membros, tudo deve ser feito com a devida "ordem e decência" (14:40). "Porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz" (14:33).
Neste capítulo, como nos anteriores, a preocupação de Paulo não é com o chamado uso privado dos dons. A inteira discussão focaliza o que acontece "na igreja" (na reunião dos crentes), como vemos em 14:19, 28 e 35.
O valor de glossai na congregação é menosprezado pelo Apóstolo, não definitivamente proibido (14:39), desde que haja intérprete: "E no caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete, mas não havendo intérprete, fique calado na igreja". (14:27 e 28). O discurso inteligível é exaltado como muito mais útil e apropriado (v.19), porque a manifestação do Espírito é muito mais imediatamente evidente, não só à congregação dos crentes, mas também aos descrentes (14:24, 25).
Nós rejeitamos a sugestão de que qualquer um dos dons seja o sinal ou a evidência de que uma pessoa foi batizada com o Espírito Santo. Não concordamos com a posição que afirma que o dom de línguas é o sinal necessário da plenitude do Espírito Santo. Além do mais, questionamos, baseados em nosso entendimento, da Escritura, a proeminência geralmente dada, pelos pentecostais, à prática de falar em línguas.
Em nossa estimativa, a posição acima delineada coloca-nos no centro do que significa ser uma Igreja do Novo Testamento. Nós não descristianizamos os que não compartilham as mesmas convicções nossas em cada ponto. Pelo contrário, nós refletimos o grande coração de Wesley que disse, "Não destruamos a obra de Deus por opiniões ou palavras" (O caráter de um Metodista).
A santidade cristã tem ascendência sobre qualquer dom específico. O Espírito dá poder para vida vitoriosa. O poder da obra do Espírito é evidenciada em vidas transformadas e serviço efetivo. Os dons espirituais são soberanamente distribuídos pelo Espírito Santo e dados com o propósito de edificar a igreja. O Espírito derrama o amor nos corações, promove unidade e não divisão, serviço humilde e não individualismo exibicionista daqueles que amam ficar em destaque. O Espírito não nos leva para uma espiritualidade que vai além de Cristo, pois o Espírito veio para nos levar a exaltar a Cristo como Senhor. O Espírito inspirou as Escrituras Sagradas, de modo que aquele que tem o Espírito procura viver de acordo com o ensino bíblico.
Jesus Cristo deu aos seus discípulos a incumbência de propagar o Evangelho a todos os povos da terra, dizendo:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando- os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28:19-20).
Desde então, todos os que respondem com fé ao chamado de Cristo, são impulsionados por seu amor e palavra a tomarem parte na missão de pregar o Evangelho a toda a criatura.
Pois, “é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações...” (Mc 13:10).
Nossa missão é transformadora e vai muito além do indivíduo, impactando famílias, bairros, cidades e nações, como dizia John Wesley: “Reformar a nação, particularmente a igreja, e espalhar Santidade Bíblica em toda nação”.
Proclamamos que a salvação é gratuita. Jesus disse que o ministério autêntico é aquele que prega o evangelho aos pobres. Consequentemente, os destituídos e marginalizados do mundo merecem nosso cuidado especial.
Nós nos esforçamos para tornar a mensagem do evangelho pertinente à nossa cultura, permanecendo fiel a Deus enquanto mostramos amor e sensibilidade para com o mundo.
Aceitamos todos que vêm a nós, crendo que o pecador mais desesperado tem o potencial de se tornar um seguidor de Jesus íntegro e dedicado.
Vemos os grupos pequenos como o melhor ambiente para o nascimento, discipulado, encorajamento e cuidado dos novos crentes.
Vemos nossas igrejas locais como a linha de frente da nossa missão. Nossos pastores não são apenas designados à uma congregação, mas para a evangelização de comunidades inteiras, bairros e cidades.
Somos pessoas enviadas, encarregadas com a tarefa de alcançar novos territórios e novos povos com o evangelho.
Somos wesleyanos em nossa doutrina e em nossa prática. Valorizamos a direção das Escrituras e o consenso da Igreja ao longo de sua história.
Devemos ser pessoas santas. Nossa conduta e nosso ensino devem refletir a santidade e o amor a Deus. Não buscamos nada menos que a cura de mente, corpo e alma de todos que estão debaixo de nosso cuidado.
1. Cremos que a Bíblia é a palavra de Deus inspirada, infalível, totalmente confiável, e a autoridade suprema em todos os assuntos de fé e conduta.
2. Cremos em um só Deus, Criador e Conservador de todas as coisas, bom e infinitamente perfeito, que eternamente coexiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, que possui conhecimento perfeito do passado, presente e futuro, sendo quem preserva, regula, governa e dirige todas as coisas de modo que nada no mundo acontece sem o seu comando ou permissão. Deus é o autor do bem, mas não do mal. No entanto, mesmo o mal é governado por Deus que o limita e o direciona para um fim adequado conforme o seu plano maior.
3. Cremos que Jesus Cristo é totalmente Deus e totalmente humano, tendo sido concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. Ele viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele ressurgiu corporalmente no terceiro dia e subiu aos céus e está assentado à mão direita do Pai. Ele voltará pessoal e visivelmente no final desta era para julgar os vivos e os mortos e para conduzir os salvos para a morada eterna.
4. Cremos que parte do ministério do Espírito Santo é glorificar o Senhor Jesus Cristo. Ele age para convencer os pecadores, capacitando-os a acreditarem em Cristo, regenerando o pecador, e habitando, guiando, instruindo e capacitando o crente a viver de modo digno do Evangelho e concedendo dons para cumprimento de sua missão como cristãos.
5. Cremos que a humanidade foi criada à imagem de Deus, mas caiu de seu estado original através da desobediência deliberada, resultando na condenação da morte e separação de Deus. A partir daí, os seres humanos se tornaram escravos do pecado, incapazes de satisfazer a vontade de Deus. Mas a graça preveniente de Deus prepara e capacita os pecadores a receberem com fé o dom gratuito da salvação oferecida em Cristo. Somente através da graça de Deus é que os pecadores podem crer em Cristo e assim serem regenerados pelo Espírito Santo para uma nova vida. É também a graça de Deus que capacita os crentes a permanecerem firmes na fé e na prática de boas obras que Deus preparou de antemão para que andássemos nelas.
6. Cremos que o sangue derramado de Jesus Cristo e sua ressurreição foram oferecidos para a salvação de todas as pessoas, mas só são eficazes para aqueles que creem no Evangelho. A morte e a ressurreição de Cristo constituem o único fundamento de justificação e salvação, e somente aqueles que creem em Jesus Cristo se tornam filhos de Deus pela regeneração do Espírito Santo.
7. Cremos que a graça salvadora de Deus é resistível, que a eleição para a salvação está condicionada à fé em Cristo, e que perseverar na fé é necessário para a salvação final.
8. Cremos que a Igreja foi criada por Deus. É o povo de Deus, o Corpo do qual Cristo Jesus é o seu Senhor e Cabeça. O Espírito Santo é a sua vida e poder. Ela é tanto divina como humana, tanto celeste como terrestre, tanto ideal como imperfeita. Ela é um organismo, não uma instituição imutável. Ela existe para cumprir os propósitos de Deus em Cristo. Ela ministra a redenção que há em Cristo às pessoas. Cristo amou a Igreja e deu-se a si mesmo por ela para que pudesse ser santa e sem mácula. A Igreja é a comunidade dos remidos que tem a incumbência de viver e pregar o Evangelho e de ministrar os sacramentos conforme a instrução de Cristo.
9. Cremos que é meu dever buscar a plenitude do Espírito Santo para dar um bom testemunho de Cristo e para pregar com eficácia o Evangelho, fazendo discípulos de todas as nações.
10. Cremos que Jesus retornará sobre as nuvens dos céus com grande poder e glória e que haverá a ressurreição corporal de todos os mortos; dos crentes para a bem-aventurança e alegria eterna com o Senhor; e dos incrédulos para julgamento e castigo eterno.